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O Algar do Carvão localiza-se na Caldeira Guilherme Moniz, no centro da Ilha Terceira nos Açores. Integra um vulcão adormecido onde se pode descer até cerca de 100 metros de profundidade. Destaca-se pelas suas estalactites, únicas no mundo pelas suas características de silicatos. Encontra-se classificado como Monumento Natural Regional. Cortesia de speleoazores
A uma altitude de 550 metros acima do nível do mar, a área apresenta 40,5 hectares e inscreve-se num cone vulcânico que integra a chamada «Zona Basáltica Fissural», entre os maciços vulcânicos da Serra de Santa Bárbara, a Oeste, o Pico Alto, a Norte, e o de Guilherme Muniz, a Sul. O Algar do Carvão é constituído por uma chaminé vertical com 45 metros de altura, alargada junto à base. Segundo um artigo, o Algar do Carvão teve início na «… grande erupção, conhecida como do Pico Alto, que ocorreu a norte do aparelho vulcânico do Caldeira Guilherme Moniz Formou um maciço traquítico de dimensões consideráveis que prolongou em muitos quilómetros os limites da ilha então existente. As suas lavas espraiaram-se em longas extensões e numa sequência de centros eruptivos foram acentuando a orografia do maciço». In Jornal Diário Insular de Domingo.
«Uma nova erupção, desta vez basáltica, rasgou o solo e iniciou um processo que levaria à formação de um vulcão estromboliano, constituído por dois cones, na sua parte superior composto de escórias (piroclastos de bagacina), que teve uma fase efusiva muito rica, produzindo rios de lava ácida muito fluídas que carbonizavam à passagem toda a vegetação que aí existia. A datação de um dos fósseis então formados, um tronco provavelmente de Cedro-do-mato (Juniperus brevifolia) queimado envolvido pela lava, numa pedreira no lugar da Barraca, deu para esta erupção a idade de 2148, ± 115 anos». In Zbyszewski 1971.
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As lavas deste vulcão bastante fluidas e abundantes encheram parte da caldeira Guilherme Moniz enchendo uma lagoa de apreciáveis dimensões que ocupava toda a área da antiga caldeira e transbordaram desta, formando dois grandes rio de lava. Antes de 1893 já se sabia da existência deste Algar, no entanto a falta de acesos que permitissem o transporte do material necessário à sua exploração, e mesmo a falta de muito deste material fez que o primeiro relato de uma descida ao Algar do Carvão date de «… 26 de Janeiro de 1893, com a simples utilização de uma corda, levada a cabo por Cândido Corvelo e José Luís Sequeira. A segunda descida foi efectuada por Didier Couto, em 1934, que elaborou um primeiro perfil do Algar. Um esboço que, suportado apenas pelas observações possíveis, uma vez que a iluminação natural teima em não chegar a toda a extensão da cavidade, se viria a revelar no entanto de bastante valor e rigor». In Jornal Diário Insular de Domingo.
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Apenas a 18 de Agosto de 1963, foram possíveis descidas organizadas ao interior do Algar, por um grupo de entusiastas que mais tarde se haviam de organizar em associação, com recurso a uma «Cadeira» e mais tarde a um «Calção (?)».As formações geológicas dos Açores:
- Grutas, tubos lávicos e neste caso um Algar tem muitas vezes uma fauna única e endógena da mesma que as diferencias de ilha para ilha e mesmo dentro da mesma ilha;
- A morfologia destas grutas também variam conforme os materiais que as constituem permitindo uma grande variedade de formas;
- O Algar do Carvão, só por si, será o exemplo mais expressivo nos Açores e encerrará a prova mais eloquente de quanto se possa dizer. Trata-se de uma notável chaminé vulcânica revestida internamente de formações siliciosas, alargada na parte basal e terminando numa lagoa de águas límpidas;
- A chaminé desta vulcão não se acha completamente obstruída, (quer por preenchimentos ou por desabamentos), o que constitui caso não muito frequente nesta região.
A erupção que lhe deu origem numa primeira fase, ao forçar e tentar romper o derrame traquítico, já existente e que constituía uma barreira natural de consistência pouco «colaborante», formou a zona da lagoa e as duas abóbadas sobre a mesma. Na fase final, o magma desceu para o interior das condutas mais profundas e da câmara magmática, dando origem à formação do Algar propriamente dito.
A boca do Algar, com diâmetro de 15 X 20 m, segue-se em profundidade uma vertical de 45 metros, uma rampa de 18 m em desnível e nova vertical concluindo na lagoa, num total de ± 90 metros.
Ao infiltrar-se através das rochas, cinzas e escórias que formam o cone, a água dissolve e é enriquecida em minerais férricos e de sílica, depositando nas abóbadas, nas paredes interiores e nos pavimentos, os minerais sob a forma de estalactites e estalagmites de sílica de cor branca leitosa ou veios férricos avermelhados. Esse facto torna distintas as duas abóbadas mais interiores:
- sobre a lagoa predomina a sílica;
- sobre o palco predominam os depósitos férricos.
A presença das estalactites de sílica é, em particular, o que mais chama a atenção dos visitantes e mais suscita a sua curiosidade.
Cortesia de angraterceira
É possível apreciar ainda formações originadas aquando da formação do Algar:
- o revestimento da rocha traquítica, que forma as cúpulas, por uma capa basáltica;
- a obsidiana de cor negra a revestir algumas paredes ou formando laminas pendentes;
- escorrências lávicas ocorridas antes da solidificação total da lava ou por macanismos de refusão das paredes;
- o curioso molde do que resta de uma possível bolha onde se acumularam gases.
Na parte mais baixa do Algar, encontra-se a lagoa alimentada por infiltrações pluviais que entram directamente pela boca do Algar ou escorrem saindo dos tectos do algar e ainda por algumas pequenas nascentes imersas na lagoa. Juntamente com as restantes formações da gruta que a circundam, traz uma beleza adicional ao conjunto.
Anteriormente inscrito numa Reserva Geológica Natural, pelas suas peculiaridades vulcanológicas, assim como a sua importância em termos de meio-ambiente, a área do Algar do Carvão foi reclassificada como Monumento Natural Regional pelo Governo Regional dos Açores.
Cortesia da wikipédia/Turismo da Ilha Terceira/JDACT
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