Cortesia do Museu da Cidade
«Cerca Velha» de Lisboa
Localização: Vertente Sul da colina do Castelo.
Cortesia do MdaC
As descrições mais antigas deste importante sistema defensivo datam do séc. XI, altura em que a cidade de Lisboa se encontrava sob o domínio muçulmano. Os recentes trabalhos arqueológicos desenvolvidos ao longo do seu traçado comprovaram, no entanto, que alguns dos seus alinhamentos remontam ao período romano. Com uma extensão aproximada de 2 km, em parte demolida ou camuflada pelas construções, conserva ainda visíveis troços e torres de grande monumentalidade, sobretudo nos lanços oriental e ribeirinho. Durante séculos foi a única estrutura defensiva da cidade, moldando e condicionando a malha urbana que chegou até aos nossos dias. Continua a ser um elemento marcante na paisagem urbana actual, não só como um importante testemunho do passado mas também como um organismo vivo em constante interacção com as vivências daqueles que hoje habitam a cidade (por exemplo, o local das antigas portas continua a servir de ligação entre o espaço intra-muros e a área exterior).
Arco de Jesus, antiga porta do Furadouro
Cortesia do MdaC
Foi classificada como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910, com a designação de Castelo de S. Jorge e restos das cercas de Lisboa.
Este projecto multidisciplinar, coordenado pelo Museu da Cidade e no qual participam diversos serviços da autarquia de Lisboa e outras entidades externas, apresenta uma base de investigação científica cujos resultados constituirão uma mais valia para a valorização/divulgação do monumento. Deste modo, de entre outros objectivos, pretende-se:
- Estabelecimento de um programa de valorização da muralha que consistirá na criação de um percurso pedonal devidamente identificado com sinalética orientadora e informativa; instalação de suportes informativos complementares nos locais de maior complexidade interpretativa; encaminhamento do público para pontos estratégicos – Observatórios – onde poderão percepcionar o traçado da muralha muitas vezes apenas fossilizado na malha urbana actual; disponibilização de material de divulgação diverso;
- Confirmar ou infirmar o traçado proposto na obra do Olisipógrafo Augusto Vieira da Silva; esclarecer a origem e cronologia dos traçados conhecidos e sua evolução; confirmar a origem e localização de algumas portas e a orientação dos principais eixos viários; contribuir para o conhecimento da estruturação e evolução da malha urbana;
- Dar continuidade aos trabalhos multidisciplinares que o Museu da Cidade tem vindo a desenvolver desde 2001, alguns inseridos em obras municipais, outros realizados já no âmbito do estudo, conservação e integração da muralha para fruição pública. De salientar as acções conseguidas através do apoio de entidades privadas, cuja sensibilização e interesse por esta temática, tem vindo a crescer.
Rua da Judiaria, troço de muralha com cubelo.
Modelação 3D da «Cerca Velha»
reconstituição paleotopográfica da colina do castelo
Cortesia do MdaC
Cortesia do Museu da Cidade/JDACT