domingo, 25 de abril de 2010

Eduardo Prado Coelho: O «intelectual público». Uma mente criativa

(1944-2007)
Cortesia de biblioipp
Eduardo Prado Coelho foi um escritor e professor universitário português. Estudou na Faculdade de Letras de Lisboa, onde também se doutorou em 1983, com uma tese intitulada «A Noção de Paradigma nos Estudos Literários».
Em 1975 e 1976 foi Director-Geral de Acção Cultural no Ministério da Cultura, criado com a Revolução de Abril. Em 1988 foi para Paris ensinar no departamento de Estudos Ibéricos da Universidade de Sorbonne. Entre 1989 e 1998 foi conselheiro cultural na Embaixada de Portugal em Paris, Comissário para a Literatura e o Teatro da Europália Portuguesa. Em 1997 tornou-se director da delegação de Paris do Instituto Camões. Regressando a Portugal, foi  membro do Conselho Directivo do Centro Cultural de Belém, membro do Conselho Superior do Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia (ICAM), membro do Conselho de Opinião da Radiodifusão Portuguesa e da Radiotelevisão Portuguesa.

Teve ampla colaboração em jornais e revistas e publicou uma crónica semanal no jornal Público até à data da sua morte. Tem diversa bibliografia ensaística, em que se destacam um longo estudo de teoria literária «Os Universos da Crítica»  e dois volumes de um diário «Tudo o que não escrevi». Publicou em 2006 «Nacional e Transmissível», o seu último livro editado, onde escreveu sobre objectos, comportamentos, locais emblemáticos ou características que formam o que poderíamos chamar a idiossincrasia portuguesa.
Recebeu o Grande Prémio de Literatura Autobiográfica da Associação Portuguesa de Escritores em 1992 com a obra «Tudo o que não escrevi» e em 2004, com as suas crónicas no PÚBLICO, o Grande Prémio de Crónica João Carreira Bom.
Crítico literário, era presença assídua no espaço público onde se envolvia de forma activa nos debates culturais e políticos. «Intelectual público» como era muitas vezes designado.


Algumas das sua frases mais emblemáticas:
  • Nunca se trata de levar a arte ao povo, mas de levar o povo à arte. Por outras palavras, não vamos pôr os poemas de Pessoa em banda desenhada para serem mais acessíveis, mas devemos desenvolver as estruturas pedagógicas para que as pessoas entendam os poemas tais como eles são. Isto é o ABC de uma política cultural: promover a qualidade e criar dispositivos de ensino que permitam a inteligência adequada dessa qualidade.
  • A cultura é da ordem do ser, a civilização é a da ordem do ter. Temos o sentido da etiqueta, mas somos bem ou mal educados. Temos o hábito do jogo, mas há algo que nos inscreve mais metafisicamente no jogo do mundo.
  • O teatro é uma dimensão da poesia, isto é, a mais alta tentativa de conseguir que cada um de nós se envolva na verdade que não existe, e que é a razão de ser daquilo que dá sentido à existência e a essa coisa (...) que é o tempo.
JDACT 

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