sábado, 10 de abril de 2010

Luiz Cadamosto: Navegador veneziano ao serviço do Infante D. Henrique

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(1432-1488)
Alvise Cadamosto, também conhecido por Alvide da Ca' da Mosto e na literatura lusófona por Luís Cadamosto ou Luiz Cadamosto, foi um navegador veneziano e explorador que esteve durante alguns anos ao serviço do Infante D. Henrique. Ao serviço da coroa portuguesa explorou a costa ocidental da África, sendo-lhe creditado o descobrimento de algumas das ilhas de Cabo Verde e a exploração da foz do rio Gâmbia e costa adjacente, incluindo o arquipélago dos Bijagós. Escreveu um relato das suas viagens de exploração.
Seguindo a actividade da família, dedicou-se muito jovem ao comércio marítimo, participando em múltiplas viagens pelo Mediterrâneo e costa europeia do Atlântico, visitando portos no norte de África, no sul da Europa, na Flandres e na Inglaterra.

Em 1454, no decurso de uma destas viagens, foi obrigado por ventos fortes contrários a arribar à costa do Algarve, onde os navios em que viajava foram visitados por um emissário do Infante D. Henrique. Tomando conhecimento de que a coroa portuguesa concedia licenças e apoiava a exploração da costa de África por navegadores estrangeiros, resolveu permanecer em Portugal e iniciar a sua própria carreira como explorador e mercador nas novas terras para sul.
«Deste modo, não eram só os portugueses que participavam na empresa dos Descobrimentos. Havia estrangeiros. Uns chegavam por sua iniciativa, como o Valarte que era da corte do rei da Dinamarca. Outros vinham por convite do Infante, como foi o caso de Cadamosto, que por duas vezes, levou o seu navio até aos litorias da Guiné, na latitude das ilhas de Cabo verde, situadas a estibordo». In descobrimentos.tripod
Em Março de 1455 partiu de Lisboa para a sua primeira expedição de exploração e comércio ao longo da costa atlântica da África. Nesta viagem visitou a ilha da Madeira e o arquipélago das Canárias, partindo depois para a costa africana, onde visitou a região da foz do rio Senegal e estabeleceu contactos pacíficos com os habitantes da região. A intenção da viagem era ultrapassar o Cabo Verde e explorar a região da foz do rio Gâmbia, encontrando em viagem outra expedição portuguesa, comandada por Antoniotto Usodimare. Conjuntamente percorreram a costa das imediações do Cabo Verde (hoje região de Dakar) até à foz do rio Gâmbia, que tentaram subir, mas foram obrigados a desistir porque as tripulações se recusaram a continuar viagem e forçaram o regresso.

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Em 1456, novamente na companhia de Usodimare, retomou a sua intenção de explorar a região do rio Gâmbia, voltando àquela região. Nesta viagem descobriu algumas das ilhas do arquipélago de Cabo Verde, sendo a sua expedição provavelmente o primeiro contacto europeu com aquelas ilhas. Os nomes atribuídos a algumas das ilhas, nomeadamente Boavista e Santiago, parecem ter sido por ele atribuídos. Nesta viagem, a expedição capitaneada por Cadamosto atingiu a foz do Rio Grande e o arquipélago dos Bijagós, tendo explorado novamente a foz do Gambia, rio que subiu até cerca de 100 km da desembocadura, tendo de retirar dada a hostilidade dos povos ribeirinhos.
A Ilha de Santiago, em Cabo Verde, nome atribuído a Cadamosto
Durante alguns anos permaneceu em Lisboa, ocupado no comércio marítimo. Em 1462 regressou a Veneza.
Após a sua morte, foi publicada uma relação das suas viagens à costa de África, um relato escrito na década de 1460 e publicado em Milão nos anos de 1507 ou 1508, conjuntamente com a obra de Antonio Montalboddo Fracanzano intitulada Itinerarium Portugallensium e Lusitania in Indiam et Inde in Occidentem et Demum ad Aquilonem. A obra foi reeditada pela Hakluyt Society em 1937.
http://www2.crb.ucp.pt/Historia/cadamosto77%20a79.pdf
Wikipédia/JDACT

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