(1906-1989)
Milhundos, Penafiel
Cortesia de cyberdemocracia
António Ferreira Gomes foi um religioso católico português, bispo da Diocese do Porto de 1952 a 1982. Esteve exilado por ordem de Salazar entre 1959 e 1969. É reconhecido hoje por ter sido um grande intelectual português e uma individualidade maior do que a sua condição religiosa de bispo de Portalegre e depois do Porto.
http://www.fspes.pt/cartasalazar.html
Concluiu os seus estudos eclesiásticos na Universidade Gregoriana, onde se formou em Filosofia. Ordenado sacerdote nesse mesmo ano, foi professor, prefeito, vice-reitor e reitor do Seminário de Vilar, na cidade do Porto. Foi nomeado coadjutor de Portalegre em 1948, passando a titular da diocese em 1949. Tornou-se bispo do Porto em 1952.
Cortesia de cidadesurpreendente
No exercício do magistério episcopal e em defesa da doutrina social da Igreja Católica, em 1958 (coincidindo, portanto, com a campanha presidencial de Humberto Delgado), dirigiu uma carta ao então chefe do Governo, António de Oliveira Salazar, crítica da situação política, social e religiosa da nação. Consequentemente, foi forçado ao exílio a 24 de Julho de 1959. Residiu em Espanha, na República Federal da Alemanha e em França, sendo mais tarde nomeado membro da Comissão Pontifícia de Estudos Ecuménicos para a preparação do Concílio Vaticano II pelo Papa João XXIII.
No exílio
Cortesia de thetraditionalcatholicfaith
Após a morte de Salazar, regressou a Portugal, em 1969, e retomou o governo da sua diocese. Sendo o fundador do semanário Voz Portucalense e do boletim Igreja Portucalense , foi também responsável pela criação, nos anos 70, da Secção Diocesana da Comissão Pontifícia «Justiça e Paz». Apresentou o pedido de resignação da diocese em 1981, cessando funções no ano seguinte.
Publicou uma vasta obra de reflexão e ensaio. Foi alvo de várias homenagens e galardoado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, em 1976, e a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, em 1983.
Adventismo e adventistas
Chove no templo!...«... pelo que nos é lícito depreender de dois comunicados de "um que tem nos Malabares a preeminência"... perdão, queríamos dizer de um que diz "ocupar a posição de maior responsabilidade no Advenüsmo português", pelo que podemos depreender, esse supremo responsável convocou todos os outros responsáveis, sem nenhuma excepção, até ao limite da irresponsabilidade, e, exposto capazmente o assunto, provou, pouco mais ou menos, desta maneira: - Pois bem! Esse ..., que foi um fanático da nossa Igreja (com letra grande) declara que nela se escandalizou e dela se afastou, porque não viu senão curteza mental, ambições, mesquinharias, rivalidades, indignidades, interesses vis, abdicação intelectual etc. Vamos pois a ver: quanto a mim, eu que ocupo "a posição de maior responsabilidade" nego absolutamente tudo e sinto-me tomado de um tal furor de negar que até nego o que esse descarado se atreveu a afirmar de mim, que seja "verdadeiramente instruído".
Cortesia de portojofotos
... Facilmente compreendemos que uma narrativa feita sob febre alta e na perspectiva da morte próxima e por uma pessoa, bem dotada embora, mas sem preparação intelectual, possa ser um pouco desordenada, escrita "atabalhoadamente", como o próprio autor confessa; já nos custa que o supremo rcsponsável duma
Igreja comunique mais atabalhoadamente que o seu ex-colportor. Seriamos tentados, neste ponto, a discordar deste para concordar com ele próprio no capítulo de instrução mas propendemos mais a querer que é também uma questão de febre!... In Fundação SPES, O Distrito de Portalegre 67 (21 de Outubro de 1950), D. António Ferreira Gomes, Escritos Pastorais de Portalegre (1948-1952).
Cortesia de Fundação SPES/JDACT