segunda-feira, 7 de novembro de 2011

José Duro. Poesia. As Flores: «Borboleta que passa, vem beijar a rosa, e aos murmúrios da brisa que corre anelante, a subtil feiticeira deixa a sua amante chorar, a chorar, suavíssimos perfumes»

Cortesia de mensagensorkut

As Flores. Rosa a soluçar

(…)
Ó rosas desmaiadas,
Rosas de Maio, rosas de toucar,
Ó rosas do rei negro, aveludadas,
Abrindo à flava luz das madrugadas
As corolas em gérmen, corações a arfar…
No tremular de cores da asa vaporosa,
Borboleta que passa, vem beijar a rosa,
E aos murmúrios da brisa que corre anelante,
A subtil feiticeira deixa a sua amante
A chorar, a chorar, suavíssimos perfumes
- Pensamentos d’amor a traduzir ciúmes…
Borboleta que passa diz adeus à rosa,
No tremular de cores da asa vaporosa…
E aos murmúrios da brisa que desliza meiga,
Lá vai adormecer nas frescuras da veiga…
Deixando a rosa a soluçar, a soluçar,
Com pena de não ter asas para voar… voar!
Diversas flores, de diversas cores
Qual é de vós, dizei, os meus amores!
Poema de José Duro, in «José Duro, textos dispersos»

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