sexta-feira, 24 de abril de 2015

Um Inédito de Miguel Baptista Pereira sobre Filosofia Medieval. Mário Carvalho. «Razão e Metafísica, caracterizadas pela ontoteologia. Se ambos os docentes privilegiam o neoplatonismo, o ‘Sumário’ destaca as figuras de Fílon e de Plotino enquanto o ‘Programa’ se centra em Plotino e em Sto. Agostinho»

Cortesia de wikipedia

Origens da Filosofia Medieval: O Contributo Clássico. Helenismo e Cristianismo
A cristianização do pensamento grego. Filosofia. Religião. Filosofia e Teologia. Ciência e Sapiência. Fontes respectivas. Relação entre filosofia grega e doutrina cristã: justificações patrísticas.
Aspectos do contributo clássico para a mundividência medieval. Investigação dialéctica e atitude filosófica. Harmonia e inteligibilidade do cosmo. Distinção entre mundo sensível e inteligível. Dimensão ética da sabedoria antiga.
Transformação cristã da cosmovisão antiga. Contributo filosófico da doutrina cristã. Noção de Deus e do homem. O teocentrismo e a transformação da visão harmónica do cosmo em concepção hierárquica do mundo. Descoberta de novos valores: a ordo amoris do universo. Transformação da visão fisicalista, estética e estática do cosmo. Origens cristãs das noções de Progresso e História. Conceito cristão de pessoa: sentido ético e dramático do real e da História e sentido agónico da Cultura.
Utilização cristã da filosofia grega. Propagação do Cristianismo no mundo clássico: exemplo de S. Paulo no Areópago. Apologética pagã e cristã. Heresias e construção teológica.

Panorama filosófico da cultura helenística
Características gerais do pensamento helenístico. Transformações políticas. Fusão da cultura greco-romana com culturas orientais. Perduração dos grandes sistemas clássicos e sua modificação. Feição mística das escolas. Sincretismo e eclectismo. Método de interpretação alegórico: natureza, universalidade, variedades de método. A filosofia como doutrina de salvação: mistérios da religião grega e suas relações com escolas filosóficas.
O neopitagorismo. A tradição pitagórica. O neopitagorismo e os cultos dos mistérios. Princípio de perfeição como regulador do mundo inteligível. Método alegórico e simbolismo dos números. Ascetismo e filosofia da vida.
Platónicos ecléticos e pitagorizantes. Sincretismo filosófico: a restauração do platonismo no século I e as influências que sofreu. Principais representantes do eclectismo platónicopitagorizante. Preparação da síntese neo-platónica. Celso e a apologia do paganismo.
Epicurismo. O materialismo epicurista. Ordenação metódica da Filosofia. As comunidades epicuristas.
O estoicismo. Origem e evolução. O método alegórico. Divisão da Filosofia. A Física. Teologia e teleologia. Psicologia. Ética: influência da ética estóica nos moralistas cristãos.
Cépticos e Académicos. Fases do cepticismo grego. A Nova Academia. Utilização dos argumentos cépticos pelos cristãos, sua influência na formação das Teologias negativas.
A filosofia greco-judaica. Helenismo e judaísmo. Fílon de Alexandria.
O neoplatonismo. Origens. Amónio Sacas: problemas sobre a sua personalidade e a sua obra. Os discípulos de Amónio: Plotino.
Fim da Filosofia grega. Assimilação dos valores clássicos pelo Cristianismo. Encerramento das escolas filosóficas.

O pensamento de Fílon de Alexandria
Método e objecto da doutrina filoniana. Acordo da fé e razão. Método filoniano de interpretação alegórica. Fontes pagãs e fontes judaicas do método. Sentido espiritual e moral do método. Obras de Filon. Ideias de Filon sobre a lei judaica e o Império Romano.
Deus e o mundo: problema dos intermediários. Teoria filoniana da Criação. Oposição entre Deus e o mundo: os intermediários. Sentido e interpretação dos intermediários.
O culto espiritual. A inspiração e o êxtase. Teoria da imortalidade.
In Mário Santiago Carvalho, Um Inédito de Miguel Baptista Pereira sobre Filosofia Medieval, Revista Filosófica de Coimbra, nº 39, FLUC, Coimbra, 2011.

Cortesia de FLUC/JDACT