«(…) Experiências conduzidas em instalações como o Instituto de Ciências Noéticas (ICN) da Califórnia e o Laboratório de Pesquisas de Anomalias da Engenharia (LPAE) de Princeton haviam provado categoricamente que o pensamento humano, quando adequadamente direccionado, tem a capacidade de afectar e modificar a massa física. Essas experiências não eram truques de salão do tipo entortar colheres, mas sim investigações altamente controladas que produziam todas o mesmo resultado extraordinário: nossos pensamentos de facto interagem com o mundo físico, quer saibamos disso ou não, dando origem a mudanças que abrangem até o domínio subatómico.
A mente domina a matéria.
Em
2001, nas horas que se seguiram aos terríveis acontecimentos do 11 de Setembro,
o campo da ciência noética deu um salto quântico. Quatro cientistas descobriram
que, à medida que o mundo amedrontado se unia e se concentrava numa consternação
colectiva em torno dessa tragédia específica, as leituras de 37 Geradores de
Eventos Aleatórios diferentes espalhados pelo mundo de repente se tornaram
significativamente menos aleatórias.
De alguma forma, a unicidade dessa experiência compartilhada, a união de milhões
de mentes, havia afectado a função de aleatoriedade dessas máquinas,
organizando suas leituras e criando ordem a partir do caos. Essa descoberta
chocante parecia estar relacionada à antiga crença espiritual numa consciência
cósmica, uma vasta união de intenções humanas que, na verdade, teria a
capacidade de interagir com a matéria física. Recentemente, estudos sobre
meditação e prece colectivas produziram resultados similares em Geradores de
Eventos Aleatórios, contribuindo para a afirmação de que a consciência humana, como a descrevia a autora especializada em noética Lynne McTaggart,
é uma substância externa aos limites
do corpo..., uma energia altamente ordenada capaz de modificar o mundo físico.
Katherine ficara fascinada pelo livro de McTaggart, A Experiência da Intenção, e por seu
estudo global feito pela internet, theintentionexperiment.com, que tinha
por objectivo descobrir como a intenção humana é capaz de afectar o mundo.
Alguns outros textos progressistas também haviam despertado o interesse de
Katherine.
A
partir dessa base, a pesquisa de Katherine Solomon dera um salto adiante, provando
que o pensamento direcionado pode afectar literalmente qualquer coisa, a velocidade de crescimento das plantas, a direcção em que os
peixes nadam dentro de um aquário, a forma como as células se dividem numa
placa de Petri, a sincronização de sistemas automatizados separadamente e as
reacções químicas do corpo de uma pessoa. Até mesmo a estrutura cristalina de
um sólido em formação se torna mutável graças à mente; Katherine havia criado
cristais de gelo lindamente simétricos enviando pensamentos amorosos na direção
de um copo d’água enquanto este congelava. Incrivelmente, o inverso também é verdadeiro:
quando ela enviava pensamentos negativos e perniciosos na direção da água, os
cristais de gelo congelavam em formas caóticas, fracturadas.
O pensamento humano pode
literalmente transformar o mundo físico.
À
medida que os experimentos de Katherine iam ficando mais ousados, os resultados
se tornavam mais espantosos. Seu trabalho naquele laboratório havia provado sem
qualquer sombra de dúvida que a expressão a mente domina a matéria não é apenas
um manta de autoajuda da Nova Era. A mente é capaz de alterar o estado da matéria
em si e, mais importante, possui o poder de incentivar o mundo físico a mover-se
numa direção específica.
Nós somos os mestres de
nosso próprio universo.
No
nível subatómico, Katherine tinha mostrado que as próprias partículas existiam
e deixavam de existir com base apenas na sua intenção
de observá-las. Em certo sentido, o
seu desejo de ver uma partícula..., materializava essa partícula. Heisenberg já
havia sugerido essa realidade décadas antes, e agora ela se tornava um princípio
fundamental da ciência noética. Nas palavras de Lynne McTaggart: A consciência
viva é, de certa forma, a influência que transforma a possibilidade de algo em algo real.
O ingrediente mais essencial para a criação de nosso universo é a consciência
que o observa. No entanto, o aspecto mais surpreendente do trabalho de
Katherine tinha sido a descoberta de que a capacidade da mente de afectar o
mundo físico pode ser aumentada
por meio da prática. A intenção é uma
habilidade adquirida. Como na meditação, controlar o verdadeiro poder do pensamento
exige treinamento. Mais importante ainda..., algumas pessoas nascem com mais
aptidão para fazer isso do que outras. E, ao longo da história, alguns poucos
indivíduos se tornaram verdadeiros mestres». In Dan Brown, O
Símbolo Perdido, 2009, Bertrand Editora, 2009, ISBN 978-972-252-014-0.
Cortesia de BertrandE/JDACT
JDACT, WashingtonDC, Dan Brown, Literatura, Maçonaria,