As Heresias em outras religiões
«(…) Esses princípios estão
descritos conforme Roque Frangiotti: Creio plenamente que Deus é o
Criador e guia de todos os seres, ou seja, que só Ele fez, faz e fará tudo. Creio
plenamente que o Criador é um e único; que não existe unidade de qualquer forma
igual à d'Ele; e que somente Ele é nosso Deus, foi e será. Creio
plenamente que o Criador é incorpóreo e que está isento de qualquer propriedade
antropomórfica. Creio plenamente que o Criador foi o primeiro (nada
existiu antes d'Ele) e que será o último (nada existirá depois d'Ele). Creio
plenamente que o Criador é o único a quem é apropriado rezar, e que é proibido
dirigir preces a qualquer outra entidade. Creio plenamente que todas as
palavras dos profetas são verdadeiras. Creio plenamente que a profecia
de Moshe Rabeinu (Moisés) é verídica, e que ele foi o pai dos profetas, tanto
dos que o precederam como dos que o sucederam. Creio plenamente que toda
a Torá que agora possuímos foi dada pelo Criador a Moshe Rabeinu. Creio
plenamente que esta Torá não será modificada e nem haverá outra outorgada pelo
Criador. Creio plenamente que o Criador conhece todos os actos e
pensamentos dos seres humanos, eis que está escrito; Ele forma os corações de
todos e percebe todas as suas acções (Tehilim 33:15). Creio plenamente
que o Criador recompensa aqueles que cumprem os Seus mandamentos, e pune os que
transgridem Suas leis. Creio plenamente na vinda do Mashiach (Messias)
e, embora ele possa demorar, aguardo todos os dias a sua chegada. Creio
plenamente que haverá a ressurreição dos mortos quando for a vontade do Criador.
Já no islamismo, os dois
principais grupos religiosos, os sunis, considerados como o maior ramo
do Islão, já que em 2006 correspondiam a 84% do total de fiéis, e os shias
ou xiitas, cerca de 15% do total, consideram-se mutuamente como
heréticos. Grupos como os ismaelenses, os hurufistas, os alauitas e mesmo os
sufis também já foram considerados por algumas correntes dentro de sua própria
religião como heréticos. Embora o sufismo seja frequentemente aceito como
válido pelos xiitas e por muitos sunitas, o recente movimento dos wahhabistas,
seguidores do wahhabismo, movimento religioso que foi criado na Arábia Central
em meados do século XVIII por Muhammad bin Abd al Wahhab, os considera
heréticos.
As
Principais Correntes Hereges
Anabatistas: Nome que
significa rebaptizadores. Cristãos da chamada ala radical dos protestantes, baptizados
em idade adulta, desconsiderando até então o baptismo obrigatório da Igreja
Romana. Mesmo os que já tinham sido baptizados em criança recebiam o sacramento
novamente, pois o verdadeiro baptismo só tem valor quando as pessoas se convertem
conscientemente a Cristo.
Paulicianos: Seguidores de
Paulo da Samósata, bispo de Antioquia. Acreditavam serem originários dos
Apóstolos e que tinham seu início a partir das pregações deles no primeiro
século depois de Cristo. Pela falta de recursos que comprovassem tal início,
foram detestados pelos Imperadores bizantinos que defendiam o catolicismo.
Montanismo: Fundado por
Montano, profeta asiático que viveu entre os séculos II e III. Seu movimento
via as revelações proféticas sem fundamentação bíblica, exegese ou
interpretação sólida. Suas interpretações deixavam as pessoas apreensivas e
oprimidas, preocupando-se com a vinda do Espírito Santo e a chegada do fim do
mundo.
Ofismo: Doutrina
surgida por volta do ano 100 e resultante de várias seitas surgidas entre o Egipto
e a Síria. Atribuía grande importância à serpente citada no Génesis e a
considerava como a portadora do conhecimento do Bem e do Mal e, por isso, um
importante símbolo da Gnose ou conhecimento.
Bogomilismo: O termo
significa Amado/Querido de Deus no velho idioma búlgaro. Surgiu a partir do
avanço dos paulicianos (grupo com uma visão teológica do cristianismo
primitivo) para o Ocidente a partir do século VII. Surgiu no antigo império
búlgaro que, na época, se estendia da Ucrânia ao Adriático. Foi considerado
como uma seita dualista datada do século X. Dizia-se a verdadeira e oculta
Igreja Cristã. Teria precipitado o surgimento do catarismo e era
tradicionalmente reconhecido pelos inquisidores como a tradição oculta por trás
do catarismo, conforme o já citado João Ribeiro Júnior». In Sérgio P. Couto, Os Arquivos
Secretos do Vaticano, da Inquisiçãoà renúncia de Bento XVI, Editora Gutenberg,
2013, ISBN 978-856-538-385-1.
Cortesia de EGutenberg/JDACT
JDACT, Sérgio P. Couto, Vaticano, Religião, Conhecimento,