quarta-feira, 31 de março de 2010

Augusto Cabrita: O «Poeta» da Imagem

(1923-1993)
Augusto Cabrita foi um fotógrafo, director de fotografia e realizador cinematográfico português.
O Mestre Augusto Cabrita foi um dos mais brilhantes fotógrafos e directores de fotografia em Portugal. Nasceu no Barreiro e começou a interessar-se por fotografia aos 13 anos. Sendo um autodidacta, cujos conhecimentos foram sendo adquiridos à medida que praticava a sua actividade dos tempos livres. Também a música o atraíu: aprendeu a tocar, de ouvido, piano e acórdeão. Como muitos jovens da sua cidade dedicou-se ainda à natação e à vela no prestigiado Clube Naval Barreirense.



Augusto Cabrita e a televisão portuguesa ficaram na memória de público e crítica, muito em especial, uma notável série de pequenos documentários para a rubrica publicitária Vamos jogar no Totobola e a combinação entre música e imagem que foi o programa semanal Melomania, do musicólogo Luís de Freitas Branco, que considerou só ser possível trabalhar de forma tão conseguida por ter tido a seu lado um cineasta que também era melómano.
A sua actividade cinematográfica começa na fase de «explosão» do chamado cinema novo. Em 1964, Fernando Lopes convida-o para director de fotografia de Belarmino, filme emblemático desse movimento, um documentário a vários títulos inovador (é, por exemplo, a primeira vez que o jazz integra a banda sonora dum filme português) em que a principal figura é um pugilista conhecido da boémia nocturna de Lisboa, Belarmino Fragoso. No ano seguinte, Augusto Cabrita assina a fotografia de As Ilhas Encantadas, uma longa-metragem de Carlos Villardebó, protagonizada por Amália Rodrigues e que a própria artista consideraria ser de longe a sua melhor actuação em cinema. Cabrita faz, aliás, de Amália Rodrigues algumas das suas melhores fotografias, tendo também filmado a digressão da cantora por Itália, em 1972. 

Um dos mais notáveis documentários assinados por Augusto Cabrita foi História de comboios (1978), que nos conta a primeira viagem de comboio que duas crianças vão fazer, seguindo o mesmo percurso que o escritor dinamarquês Hans-Christian Andersen havia feito em 1866, quando veio a Portugal para visitar a família O'Neill. O filme começa com uma apresentação da história dos comboios em Portugal, em que se faz, por exemplo, referência ao «comboio real» adquirido em 1862, na época do rei D. Luís, através duma firma inglesa com sede em Manchester.
A sua obra está divulgada em todo o mundo.
Sol/Sapo/JDACT

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