Fonte da imagem: Trucsmaths
Nicolas Bourbaki é o pseudónimo colectivo sob o qual um grupo de matemáticos, maioritariamente franceses, escreveram uma série de livros que expunham a matemática avançada moderna, editados a partir de 1935. Com o objectivo de fundamentar toda a matemática na Teoria dos Conjuntos, o grupo lutou por mais rigor e simplicidade, criando uma nova terminologia e conceitos ao longo dos tempos.
Enquanto que Nicolas Bourbaki é uma personagem inventada, o grupo Bourbaki é oficialmente conhecido como a Associação dos colaboradores de Nicolas Bourbaki, que tem um gabinete na École Normale Supérieure, em Paris.
Os cinco membros fundadores do grupo foram: Henri Cartan, Claude Chevalley, Jean Delsarte, Jean Dieudonné e André Weil, que pouco antes haviam concluído a Escola Normal Superior de Paris. Leccionavam em universidades francesas e avaliavam os livros inadequados e antiquados, especialmente em comparação com a florescente escola axiomática alemã. Mas outros se juntaram: Charles Ehresmann, Szolem Mandelbrojt, Jean-Pierre Serre, René de Possel, Jean Coulomb e Laurent Schwartz.
Com o objectivo de tratar de uma forma independente a maioria da matemática moderna baseada na teoria dos conjuntos, o grupo escreveu os seguintes volumes:
I Teoria dos conjuntos (Théorie des ensembles); II Álgebra (Algèbre); III Topologia (Topologie générale); IV Funções de variável real (Fonctions d'une variable réelle); V Espaços vectoriais topológicos (Espaces vectoriels topologiques); VI Integração (Intégration); VII Álgebra comutativa (Algèbre commutative); VIII Grupos de Lie (Groupes et algèbres de Lie); IX Teoria Espectral (Théories spectrales); X Álgebra Comutativa (1998).
O projecto evidencia-se pela sua apresentação rigorosa e formal da Matemática, na altura pouco praticada, e pela sua abordagem extremamente abstracta, pouco habitual até então. Hoje em dia, é um nome respeitado por toda a comunidade matemática, embora no início do projecto tenha sido alvo de bastante polémica. Esta visão levou ao afastamento dos métodos então usados na Matemática, face aos utilizados na Física Teórica. Ver Crónica de uma Morte Anunciada, texto de Jorge Buescu, publicado no Ingenium (Março de 1999, p. 43).
JDACT
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