segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Coimbra: Parte I. A Cidade do Conhecimento. Após uma itinerância atribulada entre Lisboa e Coimbra durante os séculos XIII e XIV, a universidade viria a estabelecer-se estavelmente em Coimbra em 1537, tendo o Rei D. João III cedido o próprio Paço Real para as instalações



Cortesia de sweetua

Cidade de ruas estreitas, pátios, escadinhas e arcos medievais, Coimbra foi berço de nascimento de seis reis de Portugal, da Primeira Dinastia, assim como da primeira Universidade do País e uma das mais antigas da Europa.
Os Romanos chamaram à cidade, que se erguia pela colina sobre o Rio Mondego, Aeminium. Mais tarde, com o aumento da sua importância passou a ser sede de Diocese, substituindo a cidade romana de Conímbriga, donde derivou o seu novo nome. Em 711 os mouros chegaram à Península Ibérica e a cidade passa a chamar-se Kulūmriyya, tornando-se num importante entreposto comercial entre o norte cristão e o sul árabe, com uma forte comunidade moçárabe.
Em 871 torna-se Condado de Coimbra mas apenas em 1064 a cidade é definitivamente reconquistada por Fernando Magno de Leão.


Cortesia de tremoalho
Coimbra renasce e torna-se a cidade mais importante abaixo do rio Douro, capital de um vasto condado governado pelo moçárabe Sesnando. Com o Condado Portucalense, o conde D. Henrique e a rainha D. Tereza fazem dela a sua residência, e viria a ser a capital do condado, substituindo Guimarães em 1129. É aliás esta mudança da capital para os campos do Mondego que se virá a revelar vital para viabilizar a independência do novo país, a todos os níveis, económico, político e socialQualidade que Coimbra conservará até 1255, quando a capital passa a ser Lisboa.
No século XII, Coimbra apresentava já uma estrutura urbana, dividida entre a cidade alta, designada por Alta ou Almedina, onde viviam os aristocratas, os clérigos e, mais tarde, os estudantes, e a Baixa, do comércio, do artesanato e dos bairros ribeirinhos populares.
Desde meados do século XVI que a história da cidade passa a girar em torno da Universidade de Coimbra, sendo apenas já no século XIX que a cidade se começa a expandir para além do seu casco muralhado, que chega mesmo a desaparecer com a reformas levadas a cabo pelo Marquês de Pombal.

Cortesia de molon

Cortesia de azulcobaltoccc
A primeira metade do século XIX traz tempos difíceis para Coimbra, com a ocupação da cidade pelas tropas de Junot e Massena, durante a invasão francesa e, posteriormente, a extinção das ordens religiosas. No entanto, na segunda metade de oitocentos, a cidade viria a recuperar o esplendor perdido, em 1856 surge o primeiro telégrafo eléctrico na cidade e a iluminação a gás, em 1864 é inaugurado o caminho de ferro e 11 anos depois nasce a ponte férrea sobre as águas do rio Mondego.
Com a Universidade como referência inultrapassável, desta surgem movimentos estudantis, de cariz quer político, quer cultural, quer social. Muitos desses movimentos e entidades não resistiram ao passar dos anos, mas outros ainda hoje resistem com vigor ao passar dos anos. Da Univesidade surgiram e resistem ainda hoje em plena actividade, o Orfeon Académico de Coimbra, em 1880, o mais antigo coro do país, a própria Associação Académica de Coimbra, em 1887, e a Tuna Académica da Universidade de Coimbra, em 1888. Com o passar dos anos, inúmeros outros organismos foram surgindo.
O Orfeon Académico de Coimbra representou o país um pouco por todo o mundo, em todos os continentes, levando a música coral portuguesa e o Fado de Coimbra a todo o mundo.


Cortesia de trekearth
 «Usualmente, Coimbra é chamada de «Cidade do Conhecimento», «Cidade dos estudantes» ou «Lusa-Atenas», principalmente por ter uma das mais antigas e prestigiadas universidades da Europa. A Universidade de Coimbra (UC) é a herdeira do Estudo Geral solicitado ao Papa pelo Rei D. Dinis e por um conjunto de prelados portugueses em 1288, e que viria a obter confirmação pontifícia em 1290, tendo-se estabelecido inicialmente em Lisboa. Após uma itinerância atribulada entre Lisboa e Coimbra durante os séculos XIII e XIV, a universidade viria a estabelecer-se estavelmente em Coimbra em 1537, tendo o Rei D. João III cedido o próprio Paço Real para as instalações.
Estas instalações foram adquiridas pela Universidade no reinado de Filipe I, sendo desde então conhecidas por Paço das Escolas. É também em Coimbra que existe a mais antiga e maior associação de estudantes do país, a Associação Académica de Coimbra fundada a 3 de Novembro de 1887. Esta organização representa todos os alunos da UC.
Para além da bem conhecida Universidade de Coimbra com as suas 8 faculdades, existem muitas outras escolas e institutos de ensino superior públicos e privados.



Cortesia de skyscrapercity
 Alguns monumentos da «Cidade do Conhecimento»:
  • Aqueduto de S. Sebastião ou Arcos do Jardim;
  • Biblioteca Joanina;
  • Convento de Santa Clara-a-Nova;
  • Igreja da Graça;
  • Igreja de Santo António dos Olivais;
  • Jardim da Manga;
  • Jardim Botânico;
  • Mosteiro de Celas;
  • Mosteiro de Santa Clara-a-Velha;
  • Mosteiro de Santa Cruz;
  • Portugal dos Pequenitos;
  • Sé Velha de Coimbra;
  • Sé Nova de Coimbra;
  • Torre de Almedina;
  • Torre de Anto;
  • Quinta das Lágrimas.
A cidade deve muito ao carácter inter-disciplinar da Universidade de Coimbra, que a mantém na ribalta da investigação científica. A universidade, principalmente através do Instituto Pedro Nunes e respectiva incubadora de empresas e também do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), tem aprendido a cooperar com o tecido empresarial em vários domínios e efectivado a transferência de competências para as empresas. A inovação tecnológica na área da saúde é um dos exemplos desse novo modelo de desenvolvimento em que a cidade tem apostado e o futuro Coimbra Inovação Parque.



Cortesia de aimagemdamelancolia  

Continua.

Cortesia da CMCoimbra/wikipédia/JDACT