quarta-feira, 20 de outubro de 2010

José Rodrigues Miguéis: Dirige o semanário «O Globo» (1933) com Bento Caraça e envolve-se em movimentos de intervenção cívica democrática. Leitor atento de Camilo e de Eça, revela-se mestre da ironia e do humor

(1901-1980)
Lisboa
Cortesia de novaaguia 

José Claudino Rodrigues Miguéis foi um escritor português, orador e ideólogo político.
Nascido no número 13 da Rua da Saudade, no bairro típico de Alfama, passou a sua infância e juventude em Lisboa, recordações que marcarão a sua futura obra. Ainda em Lisboa viria a formar-se em Direito em 1924. Todavia, nunca exerceria de forma sistemática profissão nesta área, tendo consagrado a sua vida à Literatura e à Pedagogia.
Cortesia de livrariaultramarina 
Herdando do pai, um imigrante galego, as ideias republicanas e progressistas, cedo entrou em conflito com o Estado Novo, o que acabaria por o levar ao exílio para os Estado Unidos da América a partir de 1935. Desde essa altura até à sua morte apenas voltaria pontualmente a Portugal, não passando no seu país natal períodos superiores a dois anos.

Cortesia de fjspor.wordpress  
José Rodrigues Miguéis pertenceu ao chamado grupo Seara Nova, ao lado de grandes autores como Jaime Cortesão, António Sérgio, José Gomes FerreiraIrene Lisboa, ou Raul Proença. Colaborou em diversos jornais como O Diabo, Diário Popular, Diário de Lisboa e República. Foi, juntamente com Bento de Jesus Caraça, director de O Globo, semanário que viria a ser proibido pela censura em 1933. Segundo os linguistas Ócar Lopes e António José Saraiva, a sua obra pode ser considerada como realismo ético, sendo claras as influências de autores como Dostoiévsky ou o seu amigo Raul Brandão. De resto, parecem claras nas suas primeiras obras as influências estéticas da Presença, podendo ler-se nas entrelinhas das suas obras simpatias com as temáticas neo-realistas portuguesas (há mesmo quem afirme que José Rodrigues Migueis tenha aderido ao Partido Comunista).
Cortesia de emigrantes
Livros publicados

  • A Mumia, 1971;
  • Páscoa feliz (Novela), 1932;
  • Onde a noite se acaba (Contos e Novelas), 1946;
  • Saudades para Dona Genciana (Conto), 1956;
  • O Natal do clandestino (Conto), 1957;
  • Uma aventura inquietante (Romance), 1958;
  • Léah e outras histórias (Contos e Novelas), 1958;
  • Um homem sorri à morte com meia cara (Narrativa), 1959;
  • A escola do paraíso (Romance), 1960;
  • O passageiro do Expresso (Teatro), 1960;
  • Gente da terceira classe (Contos e Novelas), 1962;
  • É proibido apontar. Reflexões de um burguês - I (Crónicas), 1964;
  • Nikalai! Nikalai! (Romance), 1971;
  • O espelho poliédrico (Crónicas), 1972;
  • Comércio com o inimigo (Contos), 1973;
  • As harmonias do "Canelão". Reflexões de um burguês - II (Crónicas), 1974;
  • O milagre segundo Salomé, 2 vols. (Romance), 1975;
  • O pão não cai do céu (Romance), 1981;
  • Passos confusos (Contos), 1982;
  • Arroz do céu (Conto), 1983;
  • O Anel de Contrabando , 1984;
  • Uma flor na campa de Raul Proença, 1985;
  • Aforismos & desaforismos de Aparício, 1996.
Cortesia de wikipédia/JDACT