quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Cristóvão Aires: «Dedicou-se ao jornalismo, entrando em 1876 para a redacção do Jornal do Comércio, o qual dirigiu durante muitos anos, esteve também à frente do Notícias de Lisboa e de A Tarde e foi ainda redactor de outros jornais e revistas»

(1853-1930)
Goa
Cortesia de claudiaveirohistoria

Com a devida vénia ao Jardim das Letras da SHI de Portugal.

«Poeta parnasiano, poetou sobre a sua Índia natal. Voltou para Portugal aos 18 anos na companhia do poeta Tomás Ribeiro, amigo que o ajudou na sua carreira literária.
Em Lisboa tirou os cursos de Infantaria e Cavalaria da Escola do Exército e estudou ainda literatura, filosofia e história.


«Trecho da planta da cidade d'Évora indicando a muralha romana»
Estampa XII da História do Exército Português
Cristovão Aires
Cortesia da bibliotecanacionaldigital

Dedicou-se ao jornalismo, entrando em 1876 para a redacção do Jornal do Comércio e da Colónias, o qual dirigiu durante muitos anos, esteve também à frente do Notícias de Lisboa e de A Tarde e foi ainda redactor de outros jornais e revistas.
Foi membro da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Real de História de Madrid. Político e militar, foi professor na Escola de Guerra. Em 1923 passou à reserva com o posto de General.

Cortesia de guerradarestauracaowordpress
Além de poesia, escreveu contos:
  • Lantejoulas, 1890,
  • Longínquas,
  • Fantasias Orientais, 1891)
Foi sobretudo historiador, dedicando-se principalmente ao estudo da figura de Fernão Mendes Pinto com o livro «Fernão Mendes Pinto e o Japão, Pontos Controversos», 1906.
Publicou:
  • «História Orgânica Política do Exército Português» (17 vol. 1896-1932),
  • «História da Cavalaria Portuguesa» em 4 volumes
  • «Para a Históriada Academia das Ciências de Lisboa», 
  • «Dicionário da Guerra Peninsular» em 4 volumes.
Obra Literária:
  • 1879, Indianas e Portuguesas,
  • 1882, Novos Horizontes,
  • Anoitecer,
  • Íntimas,
  • Cinzas ao vento.

Cortesia de kleffersonfarias

Nem isso mesmo me responde o Mar!
Meu seio inquieto é um sepulcro enorme;
e muita vida aqui tranquila dorme
um sono que ninguém pode acordar.»

E o Mar, aquele monstro rude e informe,
pronto a tudo ruir, tudo tragar,
vem em estrofes dulcíssimas compor-me
a sua história longa de contar.

Sobre as ondas, há lutas, há destroços,
naufrágios, tempestades e escarcéus!...
O fundo é cripta imensa, cheia de ossos!

E por sobre esta luta tão renhida,
flâmulas, galhardetes e troféus!...
Rude Mar, és o símbolo da Vida!

Muita da sua poesia encontra-se dispersa por jornais nomeadamente na revista Brasil-Portugal». In Jornal das Letras.
 
Cortesia da Sociedade Histórica da Independência de Portugal/JDACT