sexta-feira, 24 de junho de 2011

Festival de Sintra começa sob o signo de Liszt e Mahler: «O festival abre hoje no Centro Cultural Olga Cadaval com uma apresentação com o musicólogo Rui Vieira Nery. Figuras cimeiras do Romantismo musical do século XIX, Liszt e Mahler foram também, em grande medida, os pioneiros da música do século XX e das suas novas correntes estéticas»

Cortesia de repertoriosinfonico

Festival de Sintra começa hoje sob o signo de Liszt e Mahler
«A obra dos compositores Franz Liszt e Gustav Mahler vai ser interpretada nos próximos dias nos cenários românticos e históricos da vila de Sintra, «a capital do Romantismo» no âmbito do 46.ª Festival de Sintra, que hoje começa.
O festival, que se prolonga até ao pf dia 19 de Julho, acontece sob o signo de duas efemérides às quais a organização se quis associar:
  • os duzentos anos do nascimento de Franz Liszt, pianista virtuoso com fortes ligações a Portugal,
  • o centenário da morte de Gustav Mahler.
O festival abre hoje no Centro Cultural Olga Cadaval com uma apresentação com o musicólogo Rui Vieira Nery. Figuras cimeiras do Romantismo musical do século XIX, Liszt e Mahler foram também, em grande medida, os pioneiros da música do século XX e das suas novas correntes estéticas. Ambos foram permeáveis à ideia oitocentista de uma «música do futuro», capaz de contribuir para a evolução da humanidade numa linha contínua de progresso. Liszt e Mahler representaram, além disso, dois elos importantes na linhagem dos compositores que desenvolveram o ideal da «música programática», isto é, música com um programa literário subjacente, cujos géneros de eleição vão desde o Lied e o poema sinfónico até à ópera. Procurou-se também assinalar, de um modo geral, a herança estética e a influência irradiada por estes grandes vultos, designadamente a escola pianística criada por Liszt e os seus seguidores. Uma escola pianística que, sendo tão fértil em discípulos, incluiu também um ilustre músico português, José Vianna da Motta (1868-1948).
  • 24 Junho, 21h30, Centro Cultural Olga de Cadaval, Conferência de abertura Rui Vieira Nery (musicólogo), Liszt e Mahler, os construtores da «música do futuro».
Grande parte da programação girará em torno de Liszt e Mahler com a presença de convidados internacionais, como o pianista australiano Leslie Howard, o único que até hoje gravou a obra integral do compositor Franz Liszt.


Cortesia de estudoeestetica

Leslie Howard dará sete recitais dedicados ao compositor húngaro, sendo no último, no dia 29 no Palácio Nacional de Queluz, acompanhado do Coro Gulbenkian. A integral da obra de Liszt está editada em quase uma centena de discos pela Hyperon Records, num projecto que lhe tomou 14 anos de vida. O festival convidou o pianista Sequeira Costa, discípulo do compositor português Vianna da Motta (que por sua vez foi discípulo de Liszt), a atuar no encerramento, a 10 de Julho, no Palácio Nacional de Queluz.
Do programa dedicado a Gustav Mahler, destaca-se a presença do Octeto de Leipzig, com o tenor Markus Petsch e o barítono Stephan Genz, e o Quarteto Erlenbusch, que interpretará com o jovem pianista israelita Matan Porat a escassa obra que Mahler compôs para piano. A Orquestra Sinfónica Portuguesa, sob a direção da maestrina Julia Jones, e com a pianista Lilian Akopova (vencedora do prémio Vianna da Motta 2010), recordarão a primeira sinfonia de Mahler.

Apesar da música ser o atractivo do Festival de Sintra, a singularidade do evento reside nos locais onde decorre, como a Quinta da Regaleira, o Palácio Nacional de Sintra e as igrejas de São Martinho e da Ulgueira». In CM de Sintra, Agência Lusa.






Cortesia de Agência Lusa/CM de Sintra/JDACT