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Altamira é o nome de uma caverna situada a 30 km da cidade de Santander, na Cantábria (Espanha), na qual se conserva um dos conjuntos pictóricos mais importantes da Pré-História. Pertence aos chamados períodos Magdaleniano (entre 16.500 e 14.000 anos atrás) e Solutreano (18.500 anos atrás), dentro do Paleolítico Superior. O estilo artístico constitui a denominada "escola franco-cantábrica", caracterizada pelo realismo das figuras representadas. Por volta de 13 mil anos atrás, a queda de uma rocha bloqueou a entrada da caverna, impedindo a continuidade da ocupação humana e preservando o seu interior.
As pinturas de Altamira, descobertas em 1879, foram o primeiro conjunto pictórico pré-histórico de grande extensão a ser descoberto. O realismo de suas cenas provocou, em um primeiro momento, um debate em torno de sua autenticidade, até ser aceita como uma obra artística realizada por homens do Paleolítico. O seu reconhecimento supõe um longo processo no qual também se foram definindo e avançando os estudos sobre a pré-história. Quando sua descoberta foi revelada por Sautuola, o pesquisador francês Émile Cartailhac opôs-se à sua autenticidade, afirmando que seriam obras de pastores da Idade Média. Porém, com a descoberta, a partir de 1895, de gravações e pinturas nas cavernas francesas de La Mouthe, Combarelles e Font-de-Gaume, Cartailhac revê o ponto de vista e, após visitar a caverna, escreveu na revista “L'Antropologie” (1902) um artigo intitulado “La grotte d' Altamira. Mea culpa d' un sceptique”, "A gruta de Altamira: Mea culpa de um céptico". O artigo marca o reconhecimento universal do carácter paleolítico das pinturas de Altamira. Sautuola, porém, morreu antes deste reconhecimento.
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Fixada a autenticidade das pinturas, iniciou-se o debate sobre a própria obra. As divergências entre os investigadores centram-se em torno da misteriosa finalidade das mesmas e de seu valor artístico e arqueológico. Modernamente, amparados em estudos em jazidas e santuários tanto subterrâneos como ao ar livre, com a ajuda do carbono-14, os investigadores Laming e Leroi-Gourhan propuseram para as pinturas de Altamira uma datação entre 15.000 e 12.000 anos a.C., pertencentes portanto ao período Magdaleniano.
A caverna de Altamira é relativamente pequena, com 270 metros de longitude, e apresenta uma estrutura simples formada por uma galeria com escassas ramificações, na qual se definem três zonas:
- Uma primeira formada por um vestíbulo amplo, iluminado pela luz natural e que foi o lugar preferencialmente habitado por gerações desde o início do Paleolítico Superior;
- Do vestíbulo se passa à grande sala de pinturas policrômicas, apelidada de A Capela Sistina da Arte do Quaternário;
- Em outras salas e corredores também há manifestações artísticas de menor importância.
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Presentemente, o aspecto da grande sala dos bisontes sofreu enorme variação desde 1879, quando María Sautuola (filha de Marcelino Sautuola) a viu pela primeira vez. A abóbada ainda mantém os 18 metros comprimento por 9 de largura, porém a altura original (entre 190 e 110 cm) foi ampliada, rebaixando-se o solo para facilitar a cómoda observação das pinturas.
“O Bisonte encolhido” é uma das pinturas mais expressivas e admiradas de todo o conjunto. Está pintado sobre um ressalto da abóbada no qual o artista soube encaixar a figura do bisonte, encolhendo-o, dobrando suas patas e forçando a posição da cabeça para baixo.
“A grande fêmea de cervo”, a maior de todas a figuras representadas, tem 2,25 m e manifesta uma grande perfeição técnica. Sob o pescoço, aparece o desenho de um pequeno bisonte, em traço negro.
"Cavalo ocre” situado em um dos extremos da abóbada, foi considerado pelo pesquisador Henri Breuil como uma das figuras mais antigas do tecto. Este tipo de pónei devia ser frequente na região cantábrica pois também o vemos representado na caverna de Tito Bustillo, descoberta em 1968 na região de Ribadesella.
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