domingo, 16 de outubro de 2011

Maria Joana Couto. Poetisa. Cinzas de uma Fogueira Longe: «Era mais do que flor, flor de pureza, talvez porque era negra e era bela!»

Cortesia debiatosowordpress 

Em Paz
Naquele coval
De pedras sobrepostas,
Subiu uma alma pura. E o corpo negro
Aos poucos se corrompe sob a terra,
Rezando o vento triste, de mãos postas!

Se alguérn não a viu nunca,
Nunca soube,
Que aquela negra linda, ainda donzela,
Era mais do que flor, flor de pureza,
Talvez porque era negra
E era bela!

Morreu aquela negra 'linda e bela!
E ninguém seu perfume aspirar pôde!...

Mas sob as pedras frias sobrepostas,
Unindo à voz do vento
O meu lamento,
Por ela, triste, rezo de mãos postas...
Rezo por ela triste, de joelhos!...
 
 
Cavalgada
Pensamento em corcéis loucos
Onde me levas?
Não sei!
És fio de asa
Quebrada
Que aos poucos enche o vazio
Da minha alma agrilhoada
Ao passado
Que deixei!

Poemas de Maria Joana Couto, in «Cinzas de uma Fogueira Longe»

JDACT