sábado, 14 de maio de 2022

Igreja da Misericórdia de Olivença. Maria do Rosário Cordeiro Carvalho. «As campanhas de obras na nova sede iniciaram-se, muito possivelmente, em 1548. O plano de trabalhos encomendado a Ayres Quintall…»

 

Cortesia de wikipedia e jdact

Com a devida vénia à Doutora Rosário Cordeiro Carvalho

Da fundação da Misericórdia de Olivença à construção da actual igreja

«A data apontada para a fundação da Misericórdia de Olivença é a de 20 de Novembro de 1501, na sequência da carta enviada por dom Manuel I aos municípios a fim de recomendar e encorajar a criação de confrarias à imagem da que havia sido constituída em Lisboa. De acordo com esta memória, existente no arquivo da confraria, esteve presente o escudeiro Álvaro Guarda, enquanto enviado do monarca. A primeira referência a esta Misericórdia na Chancelaria régia, relativa a um privilégio, remonta a 30 de Março de 1515. Desde então, os reis concederam uma atenção particular à confraria, concedendo-lhes vários privilégios e contribuindo para as diversas obras promovidas. Nos primeiros anos da sua existência, a Misericórdia de Olivença conheceu diversas sedes, até se instalar naquela que passou a ser a sua própria igreja, à época extramuros da muralha de dom Dinis. A primeira foi a Casa Consistorial, situada na Praça de Santa Maria do Castelo, erguendo-se, pouco depois, uma capela na igreja de Santa Maria do Castelo, onde os irmãos passaram a reunir-se. A confraria foi ganhando um peso e uma importância progressiva, que encontraram na doação dos bens do padre Fernão Afonso, em 1511, o seu primeiro grande impulso. Na verdade, até aí a Misericórdia vivia de esmolas dos particulares, mas esta doação veio iniciar um processo de dádivas, responsável pela criação de um património considerável.

Todavia, a ameaça de ruína da igreja do Castelo, a inexistência de uma outra que pudesse receber a instituição e o aliciante de unir várias confrarias, com a Misericórdia a absorver as mais reduzidas, conduziu a que, em 1520, o monarca tenha ordenado a sua transferência para a ermida do Espírito Santo. Este templo, de construção anterior ao século XVI, acolhia, para além da confraria do Espírito Santo, a de Nossa Senhora do Sábado. As campanhas de obras na nova sede iniciaram-se, muito possivelmente, em 1548. O plano de trabalhos encomendado a Ayres Quintall previa, ao que tudo indica, a reedificação e engrandecimento da igreja e a construção de um hospital anexo. Estas intervenções, que se prolongaram por todo o século XVI, contaram com o apoio dos diversos monarcas, através de privilégios e concessão de rendas.

De nave única com abóbada de canhão, a igreja dispõe de coro alto apoiado sobre arcada sustentada por colunas de mármore com capitéis jónicos, e capela-mor elevada em relação ao pavimento da nave, da qual se separa através de arco triunfal de volta perfeita.

Após esta primeira grande campanha, a Misericórdia de Olivença voltou a ser objecto de remodelações entre o final do século XVII e a primeira metade do século XVIII: de âmbito mais decorativo que estrutural, esta intervenção alterou por completo a percepção do espaço, transformando-o, através de um programa uno, numa obra de arte total, onde todos os elementos convergem no mesmo sentido iconográfico e sensorial». In Maria do Rosário Cordeiro Carvalho, Igreja da Misericórdia de Olivença, Caso de Estudo, Wikipédia.

Cortesia de wikipedia

JDACT, Maria do Rosário Cordeiro Carvalho, Caso de Estudo, Castelo de Vide, Património, Conhecimento,