sábado, 14 de maio de 2022

Igreja da Misericórdia de Olivença. Maria do Rosário Cordeiro Carvalho. «Infelizmente, os Livros de Receitas e Despesas referentes aos anos de 1716 a 1725 desapareceram, razão pela qual é mais difícil documentar…»

Cortesia de wikipedia e jdact

Com a devida vénia à Doutora Rosário Cordeiro Carvalho

A encomenda e a autoria dos azulejos

«(…) Infelizmente, os Livros de Receitas e Despesas referentes aos anos de 1716 a 1725 desapareceram, razão pela qual é mais difícil documentar quer a campanha retabular quer a azulejar. De qualquer forma, antes de analisar a questão da autoria e da atribuição de alguns dos painéis cerâmicos, importa definir, na medida do possível, as encomendas e as remessas de azulejos que foram chegando a Olivença. Na verdade, há notícia de que, em 1716, a Misericórdia recebeu azulejos para a decoração da capela, mas a falta de documentação não permite perceber se estes foram sendo enviados, terminando a encomenda em 1723, ou se são independentes da campanha assinada por Manuel Santos. De acordo com Miguel Angel Vallecillo Teodoro, esta remessa, que decorreu entre 1716 e 1718, corresponde aos azulejos da capela-mor, remetendo os de Manuel Santos para uma encomenda datada de 1722 e concluída em 1723, mandada executar pelo procurador da Misericórdia, o letrado Manuel Luís Soares. Por esclarecer fica também a possibilidade dos azulejos da primeira campanha terem sido guardados e aplicados apenas em 1723, já que António Roiz pagou a seis homens, que demoraram mês e meio para assentar os azulejos, o valor de 24.879 reis. A inexistência de documentação para este período não permite avançar com mais hipóteses. É precisamente sobre estes painéis da capela-mor que recaem as maiores dificuldades de atribuição e datação, uma vez que a assinatura de Manuel Santos e a data de 1723 não deixa grande margem para dúvidas sobre os azulejos da nave. Os primeiros a escrever sobre o conjunto cerâmico da Misericórdia de Olivença, Matos Sequeira e Rocha Júnior, atribuíram os painéis da capela-mor a Gabriel del Barco. Ao contrário destes e dos investigadores posteriores, Santos Simões não refere qualquer diferença de tratamento entre os dois espaços, apenas isolando o coro alto, que data de cerca de 1735, atribuindo a trabalho anónimo das oficinas do Mocambo. Já no inventário dos Açores e da Madeira, a propósito da Igreja do Livramento, atribui os azulejos da capela-mor de Olivença a P.M.P. Esta é a data que José Meco aponta para a capela-mor, concordando com Rosa Maria del Rincón, e atribuindo as cartelas a Policarpo Oliveira Bernardes. Por sua vez, Joaquim Torrinha defende a autoria do Mestre P.M.P. para a capela-mor e cartelas, enquanto atribui a de Manuel Santos o coro alto, concordando nesta última hipótese com Rosa Maria del Rincón e com Miguel Angel Vallecillo Teodoro». In Maria do Rosário Cordeiro Carvalho, Igreja da Misericórdia de Olivença, Caso de Estudo, Wikipédia.

Cortesia de wikipedia

JDACT, Maria do Rosário Cordeiro Carvalho, Caso de Estudo, Castelo de Vide, Património, Conhecimento,