sábado, 13 de novembro de 2010

Constantino de Bragança: Sétimo vice-rei da Índia. Depois de chegar ao reino deram-lhe a Capitania de Cabo Verde. A velhice passou-a em Vila Viçosa. Um homem amigo da justiça, verdadeiro, brando e afável. Não enriqueceu na Índia, nem usou o cargo em benefício próprio, o que causou alguma estranheza em Lisboa

(1528-1575)
Cortesia de arqnet

Constantino de Bragança, 7.º vice-rei da Índia, era filho do 4.º duque de Bragança, D. Jaime I, e de D. Leonor de Mendonça. D. Constantino não tinha ainda 20 anos, quando foi como embaixador a França, representar o rei D. João III no baptismo dum filho de Henrique II.
Sendo regente a rainha D. Catarina, na menoridade de seu neto, o rei D. Sebastião, foi nomeado governador da Índia, com o título de vice-rei, em Marco de 1558. A armada chegou a Goa a 3 de Setembro. Pensando na conquista de Damão, largou a barra de Goa em 2 de Fevereiro de 1553. Esperava forte resistência, mas afinal pôde tornar aquela praça sem maiores dificuldades, porque os seus defensores, desorientados por um invencível terror, abandonaram a fortaleza. D. Constantino entrou então na cidade em triunfo, conseguindo apossar-se de Damão, sem que se derramasse sangue algum.

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Nesse ano teve de atender a Ormuz, que era constantemente ameaçada pelos turcos, e onde nem sempre os nossos soldados conservavam a necessária disciplina, e logo no ano seguinte puniu também severamente os capitães de duas frotas, que no mar Roxo se haviam comportado mal, dando sinais de pouca bravura e intrepidez. Tomou Ceilão e depois a ilha de Manar, na qual mandou construir uma fortaleza. O seu governo durou três anos e oito dias. Durante este tempo, restabeleceu a ordem nas finanças e realizou importantes reformas na administração.

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A 7 de Abril de 1561 embarcou D. Constantino de Bragança para o reino. Como fora muito severo reprimindo os abusos dos seus subordinados, não deixou de ser vítima de intrigas. Esses «mimos» levaram  que à chegada a Lisboa, o «fisco de então» revistasse cuidadosamente a nau que o conduzira. Encontrando algumas pedras preciosas, em pequena quantidade, dizem os documentos da época, mandaram restituir-lhas após prévio pagamento dos direitos.
D. Constantino, ofendido, respondeu tranquilamente, que se o rei de Portugal exigia direitos por tão pequena porção de pedras que ele trazia,  tinha muito gosto em lhe oferecer não os direitos, mas as próprias pedras.

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D. Constantino, enquanto esteve na Índia, protegeu muito Luís de Camões.
Foi D. Luís de Ataíde quem lhe sucedeu naquele governo, e a quem D. Sebastião disse que governasse tão bem, como o fizera D. Constantino». In Manuel Amaral, Dicionário Histórico.

Depois de chegar ao reino deram-lhe a Capitania de Cabo Verde, a qual arrendou para se recolher em Estremoz na companhia da sua mulher. A velhice passou-a em Vila Viçosa. Faleceu a 14 de Julho de 1575 e foi sepultado na Igreja das Chagas. Um homem amigo da justiça, verdadeiro e casto, brando e afável. Não enriqueceu na Índia, nem usou o cargo em benefício próprio, o que causou alguma estranheza em Lisboa.
http://www.cm-vilavicosa.pt/pt/conteudos/o+concelho/historia/dconstantino+de+braganca.htm

Cortesia de Dicionário Histórico/Manuel Inácio Pestana/wikipédia/JDACT