(1528-1575)
Cortesia de arqnet
Constantino de Bragança, 7.º vice-rei da Índia, era filho do 4.º duque de Bragança, D. Jaime I, e de D. Leonor de Mendonça. D. Constantino não tinha ainda 20 anos, quando foi como embaixador a França, representar o rei D. João III no baptismo dum filho de Henrique II.
Sendo regente a rainha D. Catarina, na menoridade de seu neto, o rei D. Sebastião, foi nomeado governador da Índia, com o título de vice-rei, em Marco de 1558. A armada chegou a Goa a 3 de Setembro. Pensando na conquista de Damão, largou a barra de Goa em 2 de Fevereiro de 1553. Esperava forte resistência, mas afinal pôde tornar aquela praça sem maiores dificuldades, porque os seus defensores, desorientados por um invencível terror, abandonaram a fortaleza. D. Constantino entrou então na cidade em triunfo, conseguindo apossar-se de Damão, sem que se derramasse sangue algum.
Cortesia de flickr
Nesse ano teve de atender a Ormuz, que era constantemente ameaçada pelos turcos, e onde nem sempre os nossos soldados conservavam a necessária disciplina, e logo no ano seguinte puniu também severamente os capitães de duas frotas, que no mar Roxo se haviam comportado mal, dando sinais de pouca bravura e intrepidez. Tomou Ceilão e depois a ilha de Manar, na qual mandou construir uma fortaleza. O seu governo durou três anos e oito dias. Durante este tempo, restabeleceu a ordem nas finanças e realizou importantes reformas na administração.
Cortesia de amigodahistoria
A 7 de Abril de 1561 embarcou D. Constantino de Bragança para o reino. Como fora muito severo reprimindo os abusos dos seus subordinados, não deixou de ser vítima de intrigas. Esses «mimos» levaram que à chegada a Lisboa, o «fisco de então» revistasse cuidadosamente a nau que o conduzira. Encontrando algumas pedras preciosas, em pequena quantidade, dizem os documentos da época, mandaram restituir-lhas após prévio pagamento dos direitos.
D. Constantino, ofendido, respondeu tranquilamente, que se o rei de Portugal exigia direitos por tão pequena porção de pedras que ele trazia, tinha muito gosto em lhe oferecer não os direitos, mas as próprias pedras.
Cortesia de almaepelericardodinissantos
D. Constantino, enquanto esteve na Índia, protegeu muito Luís de Camões.
Foi D. Luís de Ataíde quem lhe sucedeu naquele governo, e a quem D. Sebastião disse que governasse tão bem, como o fizera D. Constantino». In Manuel Amaral, Dicionário Histórico.
Depois de chegar ao reino deram-lhe a Capitania de Cabo Verde, a qual arrendou para se recolher em Estremoz na companhia da sua mulher. A velhice passou-a em Vila Viçosa. Faleceu a 14 de Julho de 1575 e foi sepultado na Igreja das Chagas. Um homem amigo da justiça, verdadeiro e casto, brando e afável. Não enriqueceu na Índia, nem usou o cargo em benefício próprio, o que causou alguma estranheza em Lisboa.
http://www.cm-vilavicosa.pt/pt/conteudos/o+concelho/historia/dconstantino+de+braganca.htmCortesia de Dicionário Histórico/Manuel Inácio Pestana/wikipédia/JDACT