quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sócrates: Dizia que a sua sabedoria era limitada à sua própria ignorância; Só sei que nada sei! Acreditava que os actos errados eram consequências da própria ignorância. Nunca proclamou ser sábio

(469-399 AC)
Atenas
Cortesia de wikipédia

Sócrates foi um filósofo ateniense, um dos mais importantes ícones da tradição filosófica ocidental, e um dos fundadores da actual Filosofia Ocidental. As fontes mais importantes de informações sobre Sócrates são Platão, Xenofonte e Aristóteles (Alguns historiadores afirmam só se poder falar de Sócrates como um personagem de Platão, por ele nunca ter deixado nada escrito de sua própria autoria.). Os diálogos de Platão retratam Sócrates como mestre que se recusa a ter discípulos, e um homem piedoso que foi executado por impiedade. Sócrates não valorizava os prazeres dos sentidos, todavia escalava-se o belo entre as maiores virtudes, junto ao bom e ao justo. Dedicava-se ao parto das ideias, Maiéutica, dos cidadãos de Atenas, mas era indiferente em relação a seus próprios filhos.

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O julgamento e a execução de Sócrates são eventos centrais da obra de Platão, Apologia e Críton. Sócrates admitiu que poderia ter evitado a sua condenação, beber o veneno chamado cicuta, se tivesse desistido da vida justa. Mesmo depois de sua condenação, ele poderia ter evitado a morte se tivesse escapado com a ajuda de amigos. A razão para a cooperação com a justiça da pólis e com os próprios valores mostra uma valiosa faceta da sua filosofia, em especial aquela que é descrita nos diálogos com Críton.

Não se sabe ao certo qual o trabalho de Sócrates, se é que ele teve outro além da Filosofia. De acordo com algumas fontes, Sócrates aprendeu a profissão de oleiro com seu pai. Na obra de Xenofonte, Sócrates aparece declarando que se dedicava àquilo que ele considerava a arte ou ocupação mais importante: maiéutica, o parto das ideias.
A maiéutica socrática funcionava a partir de dois momentos essenciais:
  • Um primeiro, em que Sócrates levava os seus interlocutores a pôr em causa as suas próprias concepções e teorias acerca de algum assunto; 
  • Um segundo momento em que conduzia os interlocutores a uma nova perspectiva acerca do tema em abordagem.
Daí que a maiéutica consistisse num autêntico parto de ideias pois, mediante o questionamento dos seus interlocutores, Sócrates levava-os a colocar em causa os seus «preconceitos» acerca de determinado assunto, conduzindo-os a novas ideias acerca do tema em discussão. Platão afirma que Sócrates não recebia pagamento por suas aulas. Sua pobreza era prova de que não era um sofista.

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Se algo pode ser dito sobre as ideias de Sócrates, é que ele foi moralmente, intelectualmente e filosoficamente diferente de seus contemporâneos atenienses. Quando estava a ser julgado por heresia e por corromper a juventude, usou seu método de elenchos para demonstrar as crenças erróneas dos seus julgadores. Sócrates acredita na imortalidade da alma e que teria recebido, em um certo momento de sua vida, uma missão especial do deus Apolo Apologia, a defesa do logos apolíneo «conhece-te a ti mesmo».

Sócrates sempre dizia que sua sabedoria era limitada à sua própria ignorância. Só sei que nada sei! Ele acreditava que os actos errados eram consequências da própria ignorância. Nunca proclamou ser sábio. A intenção de Sócrates era levar as pessoas a sentirem-se ignorantes de tanto perguntar, problematização sobre conceitos que as pessoas tinham dogmas, verdades. De tanto questionar, principalmente os sábios, começou a arrebanhar inimigos.

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Sócrates acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era concentrando-se no próprio desenvolvimento ao invés de buscar a riqueza material. Convidava outros a concentrarem-se na amizade e num sentido de comunidade, pois acreditava que esse era o melhor modo de se crescer como uma população. As suas acções são provas disso: ao fim de sua vida, aceitou a sentença de morte quando todos acreditavam que fugiria de Atenas, pois acreditava que não podia fugir da sua comunidade. Acreditava que os seres humanos possuíam certas virtudes, tanto filosóficas quanto intelectuais. Dizia que a virtude era a mais importante de todas as coisas.
Cortesia de wikipédia/JDACT