«Com a emancipação do Circuito da Boavista, no Porto, criado em 1950 por um grupo de dirigentes do automobilismo, sobretudo do A.C.P., e com a experiência e prestígio da realização de provas internacionais no Porto, em Vila Real e em Monsanto, Lisboa, Portugal conseguiu ter o seu primeiro Grande Prémio de Fórmula 1 a contar para o Campeonato do Mundo, a 24 de Agosto de 1958.
Este Campeonato do Mundo, instituído pela FIA-Federation Internationale de L’Automobile em 1950, era composto, em 1957, por apenas 8 provas. Aproveitando a abertura da FIA para o ampliar para 11 etapas, o A.C.P. candidatou-se para 1958 e conseguiu o cobiçado GP mundial.
Com 15 pilotos à partida, este VII GP de Portugal, mas o primeiro a contar para o Campeonato do Mundo, foi ganho por Stirling Moss (Vanwall) e ficou marcado por factos relevantes. A sua classificação final, com Mike Hawthorn (Ferrari) em segundo, e autor da melhor volta, foi decisiva para o título deste britânico. Maria Teresa de Filippis (Maserati) correu, tendo sido a primeira mulher a pilotar um Fórmula 1.
Cortesia de CTT
Em 1959, o GP de Portugal realizou-se no Circuito de Monsanto e foi ganho de novo por Stirling Moss (Cooper Clímax). Mário Araújo Cabral foi o primeiro português a pilotar um Fórmula 1. Em 1960, a prova mundial regressou ao Circuito da Boavista, sendo ganha por Jack Brabham (Cooper), que se sagraria Campeão do Mundo nesse ano.Com novos requisitos de segurança e sem um circuito permanente, Portugal teve de esperar 24 anos para voltar ao mundial de F1, a 21 de Outubro de 1984, o XIII GP de Portugal, no Autódromo do Estoril, trazia de volta o Campeonato do Mundo, pela 4ª vez. Foi a última e decisiva prova desse ano.
Até 1996 disputaram-se 13 GP de Portugal de Fórmula 1 a contar para o Campeonato do Mundo, todos no Autódromo do Estoril, em Setembro ou Outubro, à excepção da histórica corrida de 1985 sob violento temporal de Abril, que marcou a primeira vitória de Ayrton Senna na F1.
Os 16 GP de Portugal de F1 tiveram 11 diferentes vencedores: além dos já referidos, A. Prost (1984, 87, 88), N. Mansell (1986, 90 e 91), G. Berger (1989), R. Patrese (1991), M. Schumacher (1993), D. Hill (1994), D. Coulthard (1995) e J. Villeneuve (1996). Pedro Matos Chaves e Pedro Lamy foram os outros únicos portugueses a pilotarem F1 neste período.
Entre as marcas vencedoras, foi a Williams a mais vencedora (seis vezes) seguida pela McLaren (três), Cooper e Ferrari (duas) e Vanwall, Lotus e Benetton (uma).
Por 8 vezes, o segundo classificado do GP de Portugal sagrou-se Campeão do Mundo nesse ano.
Cortesia de CTT
Em 2002, a Fórmula 1 voltou a Portugal, mas fora do Campeonato do Mundo, os TGP-Thoroughbred Grand Prix correram no Estoril, o que se repetiu até 2005. Em 2004, o português Rodrigo Gallego sagrou-se Campeão Mundial destes F1 históricos. O Presidente da Câmara Municipal do Porto, decidiu ressuscitar o Circuito da Boavista e, de 4 a 6 de Julho de 2005, realizou-se o I Grande Prémio Histórico do Porto, tendo a Talento como promotora. Embora sem contar para o Campeonato do Mundo, bólidos de Fórmula 1 de duas épocas voltaram a correr em Portugal:
- pré-1961, com motor dianteiro;
- pré-1966, de motor traseiro.
Cortesia dos CTT
Em 2007, de 11 a 13 de Julho, realizou-se o II GP Histórico do Porto, no Circuito da Boavista, com três categorias de Fórmula 1:
- os pré-1961, cujo vencedor foi Paul Grant (Cooper Bristol Mk II));
- os pré-1966, novamente com Michael Schyver como vencedor, no Lotus 18 que, curiosamente, é o mesmo com que John Surtees conseguiu a pole position em 1960;
- os Fórmula 1, até 1978, andaram em Portugal numa corrida ganha por Bobby Vernon-Roe (McLaren M26).
Outra novidade. Pela primeira vez desde 1996, o público português viu um F1 contemporâneo a acelerar num circuito português – o Red Bull de 2006.
Em Julho de 2009 realizou-se o III GP Histórico do Porto com as mesmas três categorias de Fórmula 1 da última edição». In Francisco Santos, Selos 2008 dos CTT.
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