(1905-1974)
Mortágua
Cortesia de fcg
«Um dos mais notáveis espécimes da novelística portuguesa de todos os tempos, chamou Jacinto do Prado Coelho a "O Barão", a novela de Branquinho da Fonseca publicada em 1942. A história, centrada em dois personagens, dois tempos e duas formas diferentes de estar no mundo, foi adaptada ao cinema pelo realizador Edgar Pêra, que já se tinha inspirado num texto do mesmo autor para realizar Rio Turvo, em 2007. O filme “O Barão” terá uma antestreia no Auditório 2 da Fundação Gulbenkian, no dia 3 de Outubro, e será acompanhado de uma exposição sobre António José Branquinho da Fonseca, criador e director do Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas da Fundação Gulbenkian, em 1958.
Uma “antiga carrinha-biblioteca” itinerante ficará estacionada frente à entrada principal do Museu Calouste Gulbenkian, entre 3 e 20 de Outubro, lembrando a obra do seu criador.
Cortesia de daliedaqui
No interior, de um lado, estarão expostas as obras de Branquinho da Fonseca, apresentadas nos vários géneros experimentados pelo escritor – o teatro, a ficção, a poesia, mas também as revistas, como a Presença, de que foi fundador. Do outro lado, ficarão os livros vencedores das cinco edições do Prémio Branquinho da Fonseca – Expresso/Gulbenkian nas modalidades infantil e juvenil. Durante o período da exposição, a “15 de Outubro”, serão revelados os vencedores da edição deste ano. O prémio bienal foi criado em 2001, numa parceria entre a Fundação Calouste Gulbenkian e o jornal Expresso, com o objectivo de incentivar a escrita de literatura para a infância e juventude por jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 30 anos. À volta da carrinha, cinco painéis irão mostrar, na face interna, fotografias e diversa documentação relativa a Branquinho da Fonseca, revelando algumas das suas facetas menos conhecidas, nomeadamente trabalhos de fotografia e desenhos.
Cortesia de nesgadeterra
O filme "O Barão" é uma adaptação da escritora Luísa Costa Gomes e do realizador, a partir da novela de Branquinho da Fonseca e do conto O Involuntário. No papel do Barão, figura draconiana e negra, está o actor Nuno Melo. Marcos Barbosa é o inspector e Leonor Keil representa a personagem de Idalina. O filme estreia nas salas portuguesas a 20 de Outubro.
Assim, no seu todo, mas de forma mais marcada na vertente do conto, a obra de Branquinho da Fonseca firma-se num "gosto pelo mítico, o simbólico, vinculado a um permanente sabor de aventura literária, evidente na experimentação de novas soluções estruturais e mesmo situacionais", chegando a ser classificada como "realismo fantástico", uma vez que consegue "sugerir um halo de mistério, de medo ou pesadelo indefinido, de constante surpresa na perseguição a um impreciso ideal, sem todavia nos desprender de um senso de verosimilhança, antes como que acordando nesse halo misterioso os ecos emotivos da realidade."
São várias as fontes que apontam O Barão como a obra-prima de Branquinho da Fonseca e, também, como uma das mais notáveis espécimes da novelística portuguesa de todos os tempos. Contudo, há discordância quanto ao género a que a obra pertence: uns defendem que se trata de um conto, outros de uma novela.
O texto da obra é composto pela narração da viagem de um inspector escolar a uma zona remota da província, onde irá encontrar, na noite da chegada, a figura de um aristocrata excêntrico e decadente, o "Barão", que pouco a pouco se vai tornando enigmático, exercendo um fascínio cada vez maior sobre o narrador e adquirindo um estatuto mítico, quer pelo modo como domina o seu estranho microcosmos, quer pela magia dessa noite quase irreal em que ambos irão depor uma rosa no "castelo da Bela-Adormecida"». In Fundação Calouste Gulbenkian, Wikipédia.
Cortesia da FCGulbenkian/JDACT