sábado, 4 de fevereiro de 2012

BNP. Charles Dickens em Portugal. Mostra. «Esta iniciativa pretende evocar a recepção de Dickens em Portugal até à actualidade, predominantemente por via da tradução, publicada entre nós, em periódico e em volume, desde 1839, data em que surge a sua primeira obra traduzida»

Cortesia de bnp

Charles Dickens em Portugal
Mostra. De 7 de Fevereiro a 10 de Março de 2012. Sala de Referência

«A BNP celebra o bicentenário do nascimento de Charles Dickens (7 de Fevereiro 1812) com uma exposição bíblio-iconográfica promovida conjuntamente com o Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa, CEAUL.
Esta iniciativa pretende evocar a recepção de Dickens em Portugal até à actualidade, predominantemente por via da tradução, publicada entre nós, em periódico e em volume, desde 1839, data em que surge a sua primeira obra traduzida.

Cortesia de bnp

Charles Dickens inicia a carreira com a narrativa breve, em 1833 (“A Dinner at Poplar’s Walk”, Monthly Magazine, Dezembro), e a sua escrita é inicialmente dada à estampa em jornais e revistas, só conhecendo posteriormente a publicação em volume. Tal acontece também com o seu primeiro romance, “The Pickwik Papers” (1836-1837), e com os seguintes, que são primeiramente publicados em folhetim mensal ou mesmo semanal. É editor de várias publicações periódicas como Bentley’s Miscellany, Household Words e All the Year Round, em que também colabora.
A recepção de Charles Dickens em Portugal é marcada inicialmente pela tradução de várias narrativas breves que, retiradas em grande parte da obra Sketches by Boz, são também publicadas em folhetim, ainda no século XIX, e sobretudo na década de 1860. É também no século XIX que são apresentadas ao público leitor em português as primeiras traduções de cinco dos seus romances:
  • Oliver Twist (1837-1839),
  • The Life and Adventures of Nicholas Nickleby (1838-1839),
  • A Tale of two Cities (1859),
  • Great Expectations (1860-1861),
  • The Posthumous Papers of the Pickwick Club (1836-1837).
O século XX concentra a publicação das suas obras sobretudo nas décadas de 1940 e 1950, traduzindo pela primeira vez nessa altura mais seis romances: “The Old Curiosity Shop” (1840-1841), “Hard Times, for these Times” (1854), “The Life and Adventures of Martin Chuzzlewit” (1843-1844), “The Mystery of Edwin Drood” (romance que a sua morte, em 1870, deixa inacabado), “Dealings with the Firm of Dombey and Son” (1846-1848) e “Little Dorrit” (1855-1857). No final do século XX assiste-se novamente sobretudo à tradução de narrativa breve, desta feita publicada predominantemente para um público infantil e juvenil.

Cortesia de bnp

O seu romance favorito, de evidentes traços autobiográficos, David Copperfield (1849-1859), é traduzido pela primeira vez em 1909, sendo retraduzido e publicado em Portugal sete vezes. Contudo, entre os seus maiores sucessos entre nós destacam-se as mais de vinte traduções diferentes de “A Christmas Carol in Prose: A Ghost Story of Christmas” (1843) bem como as dezassete traduções diversas do romance “Oliver Twist, or, the Parish Boy’s Progress” (1837-1839). Digno de nota na recepção de Charles Dickens entre nós é ainda o filme do realizador João Botelho, “Tempos Difíceis”, este tempo, que, em 1988, adapta o romance Hard Times for These Times (1854), com música de António Henrique Viana, Júlia Britton, Eunice Muñoz, Ruy Furtado e Isabel de Castro, entre outros». In B. N. de Portugal.

Cortesia de Biblioteca Nacional de Portugal
JDACT