segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Poesia. Chovendo na Roseira. «A frescura das gotas húmidas que é de Luisa, que é de Paulinho, que é de João, que é de ninguém»

Cortesia de wikipedia e jdact

Chovendo na Roseira

«Olha, está chovendo na roseira

Que só dá rosa, mas não cheira

A frescura das gotas húmidas

Que é de Luisa

Que é de Paulinho

Que é de João

Que é de ninguém

Pétalas de rosa carregadas pelo vento

Um amor tão puro carregou meu pensamento

Olha, um tico-tico mora ao lado

E passeando no molhado

Adivinhou a Primavera

Olha que chuva boa prazenteira

Que vem molhar minha roseira

Chuva boa criadeira

Que molha a terra

Que enche o rio

Que limpa o céu

Que traz o azul

Olha o jasmineiro está florido

E o riachinho de água esperta

Se lança em vasto rio de águas calmas

Ah, você é de ninguém

Ah, você é de ninguém»

Poema de António Carlos Jobim

 

Cortesia de wikipedia

 

JDACT, António Carlos Jobim, Poesia,