Ídolos pagãos do cristianismo
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A nova era da construção de impérios começava com uma luta indigna por domínio
territorial. O Reich alemão foi fundado em 1871, com a amálgama de estados até
então separados. Outros estados se juntaram para formar o Império
Austro-Húngaro. O Império Russo expandiu-se consideravelmente e, na década de
1890, o Império Britânico já ocupava nada menos que um quinto de toda a massa
territorial do globo. Aqueles eram os dias dos resolutos missionários cristãos,
muitos dos quais enviados da Inglaterra da rainha Vitória. Com a estrutura
religiosa gravemente ferida em casa, a Igreja procurava uma justificativa no
exterior. Os missionários viviam particularmente ocupados na Índia e na África,
onde as pessoas já tinham as próprias crenças e nunca tinham ouvido falar de
Adão. Mais importante, porém: nunca tinham ouvido falar de Charles Darwin! Na
Inglaterra, um novo estrato intermediário na sociedade emergira dos
empregadores da Revolução Industrial. Essa próspera classe média deixou a
verdadeira aristocracia e a classe governamental muito longe do alcance do
povo, efectivamente criando uma estrutura de classes, um sistema de divisões no
qual todos tinham seu lugar designado. Os chefes e comandantes se refestelavam
em empreendimentos arcádicos, enquanto os mercadores oportunistas competiam por
espaço em meio ao consumo exacerbado. Os homens da classe trabalhadora
aceitavam seu estado servil, com hinos de aliança, um sonho de Esperança e
Glória, e um retrato da sua sacerdotisa tribal, Britannia, acima da lareira. Os
estudiosos da história sabiam que não tardaria até que os impérios começassem a
mirar uns aos outros, e previam o dia em que os poderes concorrentes se
digladiariam em feroz oposição. O conflito começou quando a França se empenhou
em recuperar a Alsácia-Lorena da ocupação alemã, enquanto as duas guerreavam
pelas reservas de ferro e carvão do território. A Rússia e o Império
Austro-Húngaro se enfrentavam em luta pelo domínio das Bálcãs e havia disputas
resultantes de ambições colonialistas na África e noutros lugares. O pavio foi
aceso em Junho de 1914, quando um nacionalista sérvio assassinou o arquiduque
Fernando, herdeiro do trono austríaco. Nesse ponto, a Europa explodiu numa
grande guerra, fortemente instigada pela Alemanha. As hostilidades foram dirigidas
contra a Sérvia, Rússia, França e Bélgica, e a contra[1]ofensiva era liderada
pela Inglaterra. A luta durou mais de quatro anos, chegando ao fim com uma
revolta na Alemanha, quando o imperador (Kaiser) Guilherme II fugiu do país.
(…)
Na
verdade, é imperativo conhecermos a origem histórica e o ambiente de Jesus para
compreendermos os factos de seu casamento e sua paternidade. À medida que
avançarmos, muitos leitores estarão pisando em solo totalmente novo, mas que já
existia antes de ser acarpetado e escondido por aqueles cuja motivação era
suprimir a verdade para reter o controle. Só quando removermos a carpete do
disfarce estratégico, teremos sucesso na nossa busca pelo Santo Graal.
Linhagem dos Reis
De
modo geral, já se reconhece que os capítulos iniciais do Antigo Testamento não
representam o começo da história do mundo, como parecem sugerir. Mais
precisamente, eles contam a história de uma família que se tornou uma raça
compreendendo várias tribos, uma raça que se tornou à nação hebraica. Se Adão
foi o primeiro de uma espécie, então ele deve ter sido o progenitor dos hebreus
e das tribos de Israel. De facto, como descreve o livro, ele foi o primeiro de
uma linhagem predestinada de governantes sacerdotais. Dois dos mais intrigantes
personagens do Antigo Testamento são José e Moisés. Cada um teve um papel
importante na formação da nação hebraica e ambos têm identidades históricas que
podem ser examinadas independentemente da Bíblia. Em Génesis 41: lemos como
José se tornou Governador do Egipto: disse o faraó a José: administrarás a
minha casa, e à tua palavra obedecerá todo o meu povo; somente no trono eu
serei maior que tu... Desse modo, fê-lo governar sobre toda a terra do Egipto.
Referente a Moisés, em Êxodo 11:3, descobrimos também que: Moisés era muito
famoso na terra do Egipto, aos olhos dos oficiais do faraó e aos olhos do povo.
Entretanto, a despeito do status e de toda a proeminência, nem José nem
Moisés aparecem em qualquer registo egípcio sob os seus nomes bíblicos. Os
anais de Ramsés II (c.1304-1237 a.C.) especificam que o povo semita se assentou
na terra de Gósen, explicando que também para lá se dirigiram os semitas vindo
de Canaã, em busca de alimento. Mas porque os escrivães de Ramsés mencionariam
esse povoado do delta do Nilo em Gósen? De acordo com a cronologia padrão da
Bíblia, os hebreus foram para o Egipto uns três séculos antes da época de
Ramsés e fizeram o seu êxodo por volta de 1491 a.C., muito antes que ele
chegasse ao trono. Assim, diante desse registo em primeira mão, vemos que a
cronologia padrão da Bíblia está incorrecta». In Laurence Gardner,
A Linhagem do Santo Graal, 1996, 2001, Editor Madras, ISBN 978-857-374-882-6.
Cortesia de EMadras/JDACT
JDACT, Laurence Gardner, Literatura, Religião,