segunda-feira, 10 de maio de 2010

O Museu da Fundação Calouste Gulbenkian: Permite ao «visitante» um diálogo constante entre a Natureza e a Arte

Cortesia da FCG
No Museu, a distribuição e articulação das galerias de exposição permanente estão orientadas por uma sistematização cronológica e geográfica que determinou, dentro de um percurso geral, dois circuitos independentes.
  • O primeiro circuito é dedicado à Arte Oriental e Clássica e evolui através das galerias da Arte Egípcia, Greco-Romana, Mesopotâmia, Oriente Islâmico, Arménia e Extremo-Oriente;
  • O segundo percurso é dedicado à Arte Europeia, com núcleos dedicados à Arte do Livro, à Escultura, Pintura e Artes Decorativas, esta última com especial destaque para a arte francesa do século XVIII e para a obra de René Lalique. Expõe-se neste circuito uma diversidade de peças representativa das variadas manifestações artísticas da Europa, desde o século XI até meados do século XX.
Cortesia da FCG
A iniciar este sector destaca-se um conjunto de marfins e de livros manuscritos iluminados, a que se segue uma selecção de Escultura e Pintura dos séculos XV, XVI e XVII. A arte do período do Renascimento produzida na Flandres, França e Itália encontra-se representada na sala seguinte. O século XVIII francês ocupa nas salas do Museu um lugar especial com as Artes Decorativas – destacando-se a Ourivesaria e o Mobiliário, a Pintura e a Escultura. Seguem-se galerias onde podem observar-se um núcleo de Pintura de Francesco Guardi, Pintura inglesa dos séculos XVIII e XIX, Escultura e Pintura do século XIX francês e finalmente um importante núcleo de jóias e vidros de René Lalique, em sala própria.

Cortesia da FCG
O Edifício do Museu foi inaugurado em 1969. O projecto do edifício da Sede e Museu da Fundação Calouste Gulbenkian resulta de um concurso restrito dirigido pela Administração a três equipas de arquitectos, que decorreu entre 1959 e 1960. O caderno de encargos, ambicioso e detalhado, obedecia ao pressuposto de que o novo edifício fosse «uma perpétua homenagem à memória de Calouste Gulbenkian, em cujas linhas se adivinhassem os traços fundamentais do seu carácter, espiritualidade concentrada, força criadora e simplicidade de vida».
Cortesia da FCG
Desta forma o projecto deveria prever a articulação de diversas tipologias de instalações para cumprirem o objectivo de albergar a Sede, o Museu, Auditórios e Biblioteca da Fundação, com as respectivas estruturas de apoio. O local escolhido foi o Parque de Santa Gertrudes em Palhavã (localização actual).
Das três soluções apresentadas a concurso, foi seleccionada a da equipa formada pelos arquitectos Ruy Jervis d'Athouguia, Pedro Cid e Alberto Pessoa, a qual apresentou um projecto que coincidia com os desígnios da encomenda: um conjunto arquitectónico de grande unidade, sóbrio e digno. Neste projecto trabalhou um grande número de especialistas em diversas áreas, coordenados pela equipa vencedora.
Os restantes projectos a concurso eram da autoria das equipas de arquitectura formadas, uma, por Arnaldo Araújo, Frederico George e Manuel Laginha, e, outra, por Formosinho Sanches, Arménio Losa e Pádua Ramos.
Cortesia da FCG
O conjunto arquitectónico existente, de estrutura aparentemente simples, e áreas sabiamente interligadas, encontra-se envolvido por um espaço verde projectado pelos arquitectos paisagistas Gonçalo Ribeiro Telles e António Viana Barreto, de onde se destacam extensos relvados, lagos e ainda um anfiteatro ao ar livre.
Cortesia da FCG
O exterior do Museu apresenta-se como um maciço paralelepípedo rectangular, onde a utilização do betão aparente e do granito revela um equilíbrio cromático contido. Planificado em função de cada objecto reunido por Calouste Gulbenkian, possui no piso inferior uma Galeria de Exposições Temporárias, uma loja e uma cafetaria. Neste piso encontra-se, ainda, a Biblioteca de Arte da Fundação Gulbenkian.
Um marco na arquitectura museológica portuguesa, o edifício do Museu, organizado em torno de dois jardins interiores e com inúmeros vãos envidraçados para o exterior, permite ao visitante um diálogo constante entre a Natureza e a Arte.
Cortesia da FCG
Notável exemplo dos novos caminhos da Arquitectura Moderna Portuguesa da década de 1960, o edifício da Fundação Calouste Gulbenkian foi distinguido com o Prémio Valmor, em 1975.

Fundação Calouste Gulbenkian/JDACT

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