(1765-1805)
Cortesia de tertuliabibliofila
Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage foi um poeta português e, possivelmente, o maior representante do arcadismo lusitano. Embora ícone deste movimento literário, é uma figura inserida num período de transição do estilo clássico para o estilo romântico que terá forte presença na literatura portuguesa do século XIX.
Cortesia de cadernosdeviagens
Nasceu na cidade de Setúbal.
Bocage teve cinco irmãos. O pai foi juiz de fora em Castanheira e Povos, cargo que exercia durante o Terramoto de 1755. Sua mãe era segunda sobrinha da célebre poetisa francesa, madame Anne-Marie Le Page du Bocage, autora da tragédia «As Amazonas» e do poema épico em dez cantos «A Columbiada», que lhe mereceu a coroa de louros de Voltaire e o primeiro prémio da academia de Rouen.
Bocage teve cinco irmãos. O pai foi juiz de fora em Castanheira e Povos, cargo que exercia durante o Terramoto de 1755. Sua mãe era segunda sobrinha da célebre poetisa francesa, madame Anne-Marie Le Page du Bocage, autora da tragédia «As Amazonas» e do poema épico em dez cantos «A Columbiada», que lhe mereceu a coroa de louros de Voltaire e o primeiro prémio da academia de Rouen.
Apesar das numerosas biografias de Bocage, publicadas após a sua morte, boa parte da sua vida permanece um mistério. Não se sabe que estudos fez, embora se deduza da sua obra que estudou os clássicos e as mitologias grega e latina, que estudou francês e também latim. A identificação das mulheres que amou é duvidosa e discutível. A infância de Bocage foi infeliz, segundo alguns relatos ( a prisão do pai durante 6 anos e a morte da mãe quando tinha dez anos). Segundo se deduz, «ferido» por um amor não correspondido, foi para a vida militar como voluntário, sendo admitido na Escola da Marinha Real, onde fez estudos regulares para guarda-marinha. No final do curso desertou, mas, aparece nomeado guarda-marinha por D. Maria I. Nessa altura, já a sua fama de poeta e versejador corria por Lisboa.
Cortesia de catedral.weblog
Diz o «Dicionário de Curiosidades do Rio de Janeiro» de A. Campos - Da Costa e Silva, pg 48, que «gostou tanto da cidade que, pretendendo permanecer definitivamente, dedicou ao vice-rei algumas poesias-canção cheias de bajulações, visando atingir seus objectivos. Sendo porém o vice-rei avesso a elogios,e admoestado com algumas rimas de baixo calão, que originaram a famosa frase: quem tem c... tem medo, e eu também posso errar». Bocage viveu em Damão e em Macau.
A período da sua maior produção literária coincidiu com o período de maior boémia e vida de aventuras.Já Bocage não sou!... À cova escura
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... A santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
Bocage
Em 1790 foi convidado e aderiu à Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia, onde adoptou o pseudónimo Elmano Sadino. Mas passado pouco tempo escrevia já ferozes sátiras contra os confrades.
Em 1791, foi publicada a 1.ª edição das «Rimas». Naquela época, o Intendente da Polícia Pina Manique que dominava a cidade de Lisboa, deu ordem de prisão a Bocage por ser «desordenado nos costumes». Durante este longo período de detenção, Bocage mudou o seu comportamento e começou a trabalhar seriamente como redactor e tradutor. Saiu em liberdade em 31 de Dezembro de 1798.
De 1799 a 1801 trabalhou sobretudo com Frei José Mariano da Conceição Veloso, um frade brasileiro, politicamente bem situado e nas boas graças de Pina Manique, que lhe deu muitos trabalhos para traduzir.
O autor aos seus versos
Chorosos versos meus desentoados,
Sem arte, sem beleza e sem brandura,
Urdidos pela mão da Desventura,
Pela baça Tristeza envenenados:
Vede a luz, não busqueis, desesperados,
No mudo esquecimento a sepultura;
Se os ditosos vos lerem sem ternura,
Ler-vos-ão com ternura os desgraçados:
Não vos inspire, ó versos, cobardia
Da sátira mordaz o furor louco,
Da maldizente voz e tirania:
Desculpa tendes, se valeis tão pouco,
Que não pode cantar com melodia
Um peito de gemer cansado e rouco.
Bocage
Casa onde nasceu Bocage
Cortesia de comoze2
A Obra de Bocage:- A Morte de D. Ignez;
- A Pavorosa Illusão;
- A Virtude Laureada;
- Elegia;
- Improvisos de Bocage;
- Mágoas Amorosas de Elmano;
- Queixumes do Pastor Elmano Contra a Falsidade da Pastora Urselina
Morre aos 40 anos de idade. O feriado Municipal (dia 15 de Setembro) assinala a data de nascimento de Bocage. (A morte de D. Ignez)
História de Portugal/wikipédia/JDACT
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