Cortesia de palimagem
Com a devida vénia a Ana Nazaré Oliveira, Termas de S. Pedro do Sul (Antigas Caldas de Lafões), 2002, Palimage Editores, ISBN 972.8575-38-6.
A Presença de D. Afonso Henriques
Nas Caldas, teve o Rei a visita de seus filhos e, provavelmente, a presença permanente da filha mais nova. Lê-se na carta de couto de Oliveira (Ulveira» de Frades: «Eu Afonso rei de Portugal, juntamente com meus filhos, isto é, rei D. Sancho e rainha D. Teresa na presença de testemunhas idóneas roboramos este documento com as próprias mãos e fazemos estes sinais». Seguem-se três cruzes e as assinaturas das testemunhas e confirmantes, entre os quais, as mais destacadas personalidades locais:
Sancho Nunes, governador de Lafões, Cerveira, que foi alcaide de Coimbra e fundador da Albergaria de Reigoso, Suarez Fernandes, juiz de Lafões, Mendes Pedro, arcediago e presbítero de S. Pedro do Sul, Suarez, presbítero de Várzea. Outros documentos referem a presença de D. Sancho, D.Urraca e D. Teresa, que padecia de «arrotos chocos». Só esta deve ter tido permanência demorada, talvez constante. D. Sancho tinha já responsabilidades governativas e D. Urraca estava casada com o rei Fernando II de Leão.
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Nas Caldas de Lafões, reuniu várias vezes a Cúria Régia, com altos dignitários da corte e bispos. No primeiro diploma que citámos, intervêm, para além dos filhos D. Sancho e D. Teresa, o arcebispo de Braga, D. João Peculiar, ligado a Lafões pela fundação do Mosteiro de S. Cristóvão, o bispo do Porto, D. Pedro, o bispo de Coimbra, D. Miguel, o bispo de Viseu, D. Gonçalo, o bispo de Lamego, D. Mendo, o alferes-mor Fernando Afonso, o vedor da casa do rei Conde Vasco, o vedor Pedro Fernandes e o alferes-mor Nuno Fernandes da casa de D. Sancho, o «tenente, da Estremadura», Soeiro Mendes.
Referindo-se a este documento, escreve o Professor António Cruz: «E porque nada menos de cinco prelados figuram também como intervenientes, poder-se-á concluir que a cúria reunia já com assinalada regularidade, da maneira mais simples ou com toda a solenidade, em Lafões, quando foi lavrado este primeiro diploma».
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E, na carta de couto de metade da vila de Midões, passada à Sé de Coimbra, no mês de Novembro, é ainda maior o número de testemunhas e confirmantes. Para além de todas as personalidades referidas no primeiro documento, estiveram ainda presentes: os bispos de Tui, de Lisboa, de Évora, o prior de Santa Cruz de Coimbra, o abade de Lorvão, os Mestres Alberto, Mido e Raimundo, etc.
Tudo isto nos dá uma ideia da importância de tais reuniões. «As mais qualificadas pessoas, fácil é deduzir, se congregavam em Lafões, no mês de Novembro de 1169; toda a cúria régia e, com ela, prelados diocesanos e de mosteiros, autoridades civis e militares, e três distinguidos com o título honorífico de magister, quando não, algum deles, mestre de verdade».
De facto, ali foram tomadas decisões de importância nacional, como é o caso da doação à Ordem do Templo da terça parte dos bens que viessem a ser conquistadas para além do Tejo, o que, na opinião autorizada de António Cruz, «permite intuir que el-rei, assistido pela sua cúria e quando fixado em Lafões, aí concebeu, plausivelmente, novo plano de acção, para que daí partisse nova cruzada». In Ana Nazaré Oliveira, Termas de S. Pedro do Sul (Antigas Caldas de Lafões), 2002.
Com a amizade de MR.Cortesia de Palimage/JDACT