terça-feira, 12 de julho de 2011

Fundação Oriente: Companhia Bireun Seudati Uph. Dança Indonésia. «Os jovens universitários partilharem as suas ideias sobre arte, tradição e herança cultural. Cerca de duas dezenas de bailarinos em palco apresentam coreografias e trajes tradicionais, acompanhados de um grupo de músicos num espectáculo pleno de cor e de sonoridades exóticas»

Cortesia de foriente

Companhia Bireun Seudati Uph. Dança Indonésia. Dia 30 Julho de 2011, 21h 30, Auditório do Museu.

«Bireun Seudati, a companhia profissional de dança da Universidade Pelita Harapan (UPH), de Jacarta, foi criada em 2005, como forma de os jovens universitários partilharem as suas ideias sobre arte, tradição e herança cultural. O riquíssimo folclore da Indonésia, um país com 700 grupos étnicos espalhados por milhares de ilhas, tem viajado pelo mundo graças à companhia profissional de dança da Universidade Pelita Harapan (UPH), de Jacarta. Cerca de duas dezenas de bailarinos em palco apresentam coreografias e trajes tradicionais, acompanhados de um grupo de músicos num espectáculo pleno de cor e de sonoridades exóticas.

A dança indonésia, a par da música e dos trajes, reflectem a diversidade étnica e cultural do país:
  • populações de raiz austronésia, formas tribais melanésias e populações de influência asiática e até ocidental, por via da colonização.
Cada grupo étnico tem as suas danças próprias o que faz que, no país, existam mais de 3000 danças originais, divididas em três períodos, a era pré-histórica, a era hindu/budista e a era do Islão, e em dois grandes géneros: a dança da corte e a dança folclórica.


Programa
Dança Lenggang: Dança tradicional da cultura Betawi, de Jacarta, capital da Indonésia. Esta dança conta a história de um grupo de raparigas que acolhem alegremente um grupo de hóspedes vindos de longe. As bailarinas, usando trajes coloridos, evoluem ao som de instrumentos tradicionais designados de Gambang Kromong. A aculturação clássica chinesa reflecte-se tanto nas roupas como na música embora seja também notório um toque das culturas clássicas da Europa e Médio Oriente.
Dança Tcenderawasih: Originária da papua ocidental, esta dança traduz os movimentos dos pássaros de Cenderawasih. O bailado conta a história do amor entre casais de pássaros que sobrevoam as montanhas da região numa perseguição amorosa. Em cena, apenas dois bailarinos cujos movimentos, típicos de Bali, são sobretudo executados pelas mãos que representam as asas dos pássaros.
Dança Tor-Tor: Originária do norte da Sumatra, esta dança era usada num ritual destinado a comunicar com os espíritos, que são chamados à vida, e com esculturas de pedra, símbolo dos espíritos ancestrais. A dança evoluiu ao som de música produzida por tambores, flauta e trompete.

Cortesia de foriente

Dança Piring (Dança do Prato): Dança tradicional da Sumatra ocidental que evoca os camponeses que plantam as suas terras e que, no final, agradecem as boas colheitas. As bailarinas rodam os pratos como forma de gratidão ao seu deus que lhes proporcionou tão bons lucros. Entre três e sete bailarinos, homens ou mulheres, empunham um prato em cada uma das mãos e dançam energicamente ao som de instrumentos tradicionais, o Talempong e o Saluang. Os movimentos exigem grande coordenação de pernas e braços.
Dança Ganjen: Dança tradicional de Betawi que retrata jovens expressando os seus sentimentos e, sobretudo, o seu desejo de liberdade. Trata-se de uma das mais recentes danças da Indonésia, não obedecendo, por isso, a qualquer padrão ou regra tradicional. Nesta dança, só há bailarinas que meneiam as ancas como forma de atraírem os espectadores masculinos. 
Dança Jaipongan: Originária da parte ocidental de Java, esta dança, à semelhança da anterior, é também muito recente e evoca a beleza no seu todo. As bailarinas usam leques e écharpes e desempenham movimentos ritmados de ancas, braços, ombros, cabeça e mãos. 
Dança Saman (Dança das Mil Mãos): A Dança das Mil Mãos é a mais popular em Aceh. A tribo Alas executa-a para celebrar o nascimento do profeta Maomé, entre outros acontecimentos. Considerada um dos meios de comunicar a mensagem de Alá, a dança reflecte ainda qualidades como a educação, a moral, o heroísmo, a solidariedade e a união. Entre 10 e 20 bailarinos ajoelham-se em fila e executam vários movimentos de torso acompanhados de canções, palmas e pancadas no chão com as mãos. Esta dança não é acompanhada por qualquer instrumento musical.
Dança Geleng: Acompanhada de música executada num tambor rapai, esta dança tem como principal objectivo difundir os ensinamentos islâmicos e ensinar a sociedade a viver em harmonia. Os movimentos são idênticos aos da dança Saman, embora aqui cada bailarino empunhe um tambor. O bailado é acompanhado de uma canção alusiva aos ensinamentos islâmicos e o ritmo evolui em quatro fases: lento, rápido, muito rápido e imóvel, correspondentes às decisões da vida, à luta contra as más influências, ao caos, para terminar na imobilidade total. 
Dança Giring-Giring: Originária da região central de Kalimantan, esta dança foi popularizada pela tribo Ma'anyan como forma de agradar aos seus hóspedes. As bailarinas estão munidas de paus na mão esquerda enquanto a direita abana um bambu cheio de pedrinhas que produzem um som característico. Os pés movem-se para trás e para a frente ao som da música. A sincronia entre os movimentos de mãos e pés proporciona um belo efeito visual. 
Dança Pakarena: A dança narra a história de um habitante dos céus (Boting Langi) que, na descida à terra, encontra um homem chamado Lino. Antes de voltar aos céus, Boting Langi dedica-se ao ensino da filosofia, da agricultura e da caça, recorrendo para tal a movimentos das mãos, pés e tronco. A dança é toda ela graciosidade reflectindo o respeito que as mulheres têm para com os seus maridos Gowa. As bailarinas Pakarena não devem abrir demasiado os olhos nem levantar as pernas demasiado alto.
Dança Yospan: Originária da Papua, a dança Yospan é uma manifestação de regozijo pela vitória na guerra. Com o passar dos tempos, a dança tornou-se um símbolo de amizade entre os habitantes da Papua e os de fora. Os movimentos dos bailarinos são vigorosos, atirando-se para o chão para manifestarem o seu entusiasmo. 
Dança Indang: Indang, ou Badindin, é uma obra literária tradicional. Os bailarinos dançam em grupos e, geralmente, são acompanhados de cânticos e música executada em pequenas rebana (tambores islâmicos). Originalmente, esta dança foi concebida como forma de conversão islâmica o que explica a presença de preces a Maomé. Os sete bailarinos executam movimentos que fazem lembrar o silat, uma velha arte marcial». In Fundação Oriente.

Cortesia de FOriente/JDACT