domingo, 31 de julho de 2011

Paulo A. Loução. Os Templários na formação de Portugal: O Cristianismo Primitivo. «Um aspecto importante da “gnosis” é que este conhecimento inclui razão e sentimento, superando-os, ao contrário da fé cega nos dogmas que exclui a razão castrando o conhecimento intelectual do homem. A “gnosis” é o conhecimento dos mundos superiores pela visão da alma»

Templo de Philae
Cortesia de esquilo

O Cristianismo Primitivo.
«O Papa chegou mesmo a apresentar-se como imperador. Contudo, no mundo arbitrário e feudal da Idade Média, em que o direito era a força, o Vaticano, como sede do direito internacional, cumpriu, em muitos casos, um papel positivo. Houve Papas com bom senso e sabedoria. Porém, 1ogo a seguir sentavam-se fanáticos ou ambiciosos na cadeira de Pedro.
Vamos agora debruçar-nos sobre a vertente gnóstica do cristianismo, com a qual os Templários estão intimamente relacionados. «Gnosis» significa “conhecimento”, palavra que é mencionada várias vezes no Novo Testamento, por exemplo, em Lucas,XI,52:
  • «Ai de vós escribas! Apoderástes-vos da chave da gnosis. Vós mesmos não entrastes e impedistes os que queriam entrar».

Templo de Denderah
Cortesia de esquilo

Corresponde à «sophia» dos gregos e ao «gupta-vidyâ» dos hindus; e só pode ser alcançado através da iniciação nos “mistérios”, o que implica que uma escola gnóstica verdadeira tenha um conhecimento esotérico transmitido em cerimónias próprias para o efeito. Quando se fala de gnósticos, normalmente estamos a referir-nos aos discípulos de filósofos esclarecidos que viveram nos três primeiros séculos d.C., tais como: Valentino, Basflides, Marcion, Simão o Mago, etc.

Muitos padres da Igreja foram influenciados por eles e pelos filósofos da Escola Neoplatónica de Alexandria. Estes últimos também possuíam um conhecimento esotérico profundo. Para madame Blavatsky:
  • «os gnósticos partilhavam de muitas das ideias essénias; e os essénios já possuíam os seus mistérios “maiores” e “menores”, pelo menos dois séculos antes da nossa era. Eles eram os «ozarim» ou iniciados, os descendentes dos hierofantes egípcios, em cujo país haviam permanecido durante vários séculos, antes de terem sido convertidos ao monasticismo budista pelos missionários do rei Asoka, amalgamando-se depois aos cristãos primitivos».

Cortesia de wikipedia

Um aspecto importante da «gnosis» é que este conhecimento inclui razão e sentimento, superando-os, ao contrário da fé cega nos dogmas que exclui a razão castrando o conhecimento intelectual do homem. A «gnosis» é o conhecimento dos mundos superiores pela visão da alma. Este conhecimento liberta a alma que está prisioneira no seu cárcere físico. O gnosticismo nunca foi uma corrente unitária no campo doutrinal. Parte das seitas ou escolas gnósticas advogavam que o mundo físico é mau por natureza e o mundo espiritual, bom por natureza, constituindo o lugar natural da alma. Este ponto doutrinal de certos gnósticos não era compartilhado pelos neoplatónicos (nem o tinha sido antes por Platão), nem pelos Templários.
Parte dos cátaros parece ter partilhado dessa visão um tanto maniqueísta. Para Platão, como para os Templários, o mundo «Real» é o mundo das Ideias ou dos divinos arquétipos; e o mundo sensível carece de «Realidade» na medida em que tudo nele é efémero». In Paulo Alexandre Loução, Os Templários na Formação de Portugal, Ésquilo, 9ª edição, 2004, ISBN 972-97760-8-3.

NOTA:
O Egipto constituiu uma civilização fantástica que, ainda hoje, continua a assombrar os investigadores. Egipto, ou seja, AEGYPTUS, é uma palavra grega que significa «a misteriosa». Assim viam os gregos a velha «Terra de Khem» a pátria dos «Mistérios». Os templários estiveram em Alexandria.

Cortesia de Ésquilo/JDACT