(1711-1778)
Nápoles
Cortesia de bnp
Mostra. De hoje até ao dia 31 de Dezembro de 2011. Sala de Referência
«David Perez nasceu em Nápoles em 1711. Aos onze anos iniciou os seus estudos de música no Conservatório de Santa Maria di Loreto (Nápoles), onde estudou violino com António Gallo e contraponto com F. Mancini. A sua primeira ópera La Nemica Amante foi levada à cena em 1735 no Teatro do Real Palazzo de Nápoles.
Em 1740 assumiu o cargo de maestro na Real Capela Palatina de Palermo, onde se manteve até 1748, tendo, entretanto, composto algumas óperas que se representaram em algumas cidades italianas. No entanto, até 1744 a ópera não foi o género mais composto por Perez, pois enquanto mestre de capela o género compondo principalmente serenatas e música sacra.
Partitura ‘Regnun Mundi’, 1775
Cortesia de bnp
A convite do rei D. José, veio para Portugal em 1752, onde viria a permanecer até à sua morte em 1778, para ocupar o lugar de Compositor da Real Câmara e mestre das princesas reais. David Perez gozou de enorme projecção europeia na sua época, a qual viria a perder-se gradualmente ao longo dos 26 anos que passou em Portugal, e dirigiu toda a vida musical da corte de D. José I até ao fim da sua vida, influenciando todos os compositores portugueses do seu tempo. Simultaneamente desenvolveu actividades pedagógicas importantes no nosso país, tendo sido mestre de João Cordeiro da Silva, João de Sousa Carvalho, Luciano Xavier dos Santos e José Joaquim dos Santos. Acredita-se que Luísa Todi tenha sido sua discípula de canto (Moreau).
O seu prestígio junto da corte portuguesa é atestado pela distinção com a Ordem de Cristo, concedida por D. Maria I, e pelo seu funeral organizado com toda a pompa a custas da coroa. Perez compôs mais de 44 obras dramáticas entre 1735 e 1777, tendo 14 destas sido compostas durante a sua estadia em Portugal, entre as quais se encontra a ópera Alessandro nell'Indie, escrita para a inauguração da efémera Ópera do Tejo em 1755.
Antífona ‘Salutate Mariam, 1774
Cortesia da bnp
A música sacra será, no entanto, o género mais desenvolvido por este compositor nos seus últimos 23 anos de vida, devido à política régia portuguesa que utilizava o ritual sacro como representação simbólica da monarquia absoluta. Durante anos negligenciado por investigadores e intérpretes, David Perez foi um marco no panorama musical português e europeu, cujo legado musical se pretende divulgar através desta mostra integrada nas comemorações do tricentenário do nascimento do compositor». In Biblioteca Nacional de Portugal, Mostra.
Cortesia de BN de Portugal/JDACT