sábado, 4 de dezembro de 2010

O Pelourinho da Sertã: O original foi demolido em 1874, alguns anos depois da construção dos novos Paços do Concelho, tendo sido conservado o remate do conjunto. O fuste original era cilíndrico, e os degraus do soco circulares

Cortesia de CMSertã

O Pelourinho da Sertã localiza-se no miradouro Artur Caldeira Ribeiro. Foi classificado como imóvel de interesse público em 1933.

Em Portugal, os pelourinhos ou picotas, a designação mais antiga e popular, dos municípios localizavam-se sempre em frente ao edifício da câmara, desde o século XII. Muitos tinham no topo uma pequena casa em forma de guarita, feita de grades de ferro, onde os delinquentes eram expostos para a vergonha pública. Noutros locais os presos eram amarrados às argolas e açoutados ou mutilados, consoante a gravidade do delito e os costumes da época.
De estilo românico, gótico ou renascentista, muitos dos pelourinhos em Portugal constituem exemplares de notável valor artístico.

Segundo Alexandre Herculano e Teófilo Braga, os pelourinhos tiveram origem na columna moenia romana que distinguia com certos privilégios, as cidades que os possuiam. Os pelourinhos normalmente são constituídos por uma base sobre a qual assenta uma coluna ou fuste e terminam por um capitel. Nalguns pelourinhos, em vez da base construída pelo homem, eram aproveitados afloramentos naturais.
Consoante o remate do pelourinho, estes podem classificar-se em:
  • Pelourinhos de gaiola;
  • Pelourinhos de roca;
  • Pelourinhos de pinha;
  • Pelourinhos de coluço (gaiola fechada);
  • Pelourinhos de tabuleiro (gaiola com colunelos);
  • Pelourinhos de chaparasa;
  • Pelorinho de coruchéu;
  • Pelourinhos de bola;
  • Pelourinhos tipo bragançano;
  • Pelourinhos extravagantes (de características invulgares).
Muitos pelourinhos foram destruídos pelos liberais a partir de 1834 por os considerarem um símbolo de tirania.
Cortesia de IGESPAR

«O pelourinho que actualmente se encontra no centro da vila da Sertã é uma obra revivalista, reedificada no início do século XX segundo um projecto que integrava elementos primitivos do pelourinho manuelino, edificado cerca de 1521. A urbe, que havia pertencido à Ordem do Templo e à Ordem do Hospital, foi elevada à categoria de vila em 1455 e recebeu carta de foral em 1513, concedida por D. Manuel.

Assente sobre soco constituído por três degraus octogonais, a coluna possui base e fuste quadrangulares, sendo este chanfrado nos ângulos que apresentam superiormente fiadas de meias esferas. É encimado por capitel de secção quadrangular decorado por motivos em forma de cabo. O conjunto é rematado com peça piramidal de base quadrada, que apresenta nas quatro faces as armas nacionais, o brasão do município de Seia, a esfera armilar e a Cruz de Malta, e é encimada por esfera armilar em ferro.

Cortesia de IGESPAR

O pelourinho original foi demolido em 1874, alguns anos depois da construção dos novos Paços do Concelho, tendo sido conservado o remate do conjunto. O fuste original era cilíndrico, e os degraus do soco circulares. Em 1917 o projecto de reconstrução do pelourinho estava em apreciação na Academia de Belas Artes». In Catarina Oliveira, IGESPAR.

Cortesia da Câmara Municipal da Sertã/JDACT