sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Pensamento e as Interpretações: Parte XIV. «O homem não nasceu para trabalhar, nasceu para criar. Tão amigo sou dele que até meu amigo se tornou»

Cortesia de ctorio

Os limites da razão
«Temos sempre de usar a razão. em muita coisa da vida, é a razão que efectivamente funciona. Mas quando chegarmos ao fundamental quero ver como se usa a razão. Porque o fundamental vai ser um dia alguma coisa de perfeitamente indefinível, porque tem de ser tudo. Porque se o fundamental do mundo apenas tiver o que nós achamos bom, o que achamos racional, o que achamos científico, etc., ela é a metade do mundo. Mas, se ela tiver de ser completa, ela tem de ser ao mesmo tempo essa particulazinha fundamental, o racional e o irracional, o bom e o mau, o aceitável e o inaceitável ... e aí como é que é que a razão se pode aguentar?». In Agostinho da Silva, Entrevista, pág. 135-136



A realização do indivíduo
Enquanto vivermos numa sociedade que tem de produzir em comum, embora não seja para uso comum aquilo que produz, mas que tem de ter uma determinada organização, é evidente que o indivíduo não se pode realizar completamente. Tem de se realizar nalguma parte que possa ser útil aos outros, e entrar no jogo geral com que o mundo se apresenta, mas espero que um dia tudo o que é obrigatório hoje para essa campanha de produção, as coisas vão melhorando de tal ordem, que seja possível a cada um entrar o menos possível nesse jogo geral, e dar ele a sua mensagem particular ao mundo, fazer a obra que deve fazer, e, porque ele é único, será a única obra daquele tipo no mundo». In Agostinho da Silva, Entrevista, pág. 137.


Cortesia de novaeraalvorecer 
Cortesia Casa das Letras/Paulo Neves da Silva/JDACT