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Na Cidadezinha
Roxas e cálidas,
Roxas e cálidas tombam as tardes
De todos os dias.
Na cidadezinha
Bocejam de tédio o chafariz do largo,
As ruas do lá vai um
E o jardim feito para ser belo
Mas que é apenas triste!
Não se passa nada…
Por detrás das gelosias
À luz da vida cerradas, as mulheres vão tecendo enredos
Todos os dias, todos os dias…
E nos cafés,
Onde as horas nascem já cansadas,
Os homens enredos vão tecendo
Todos os dias, todos os dias…
Tombam as tardes roxas e cálidas
e nada mais na cidadezinha…
Longe-Longe
As ondas batem
Nas praias lá longe-longe…
E os salpicos
Das ondas lá longe-longe
Alagam as praias de todo o mundo…
E num segundo,
As ondas lá longe-longe são espelhos de água a brilhar
Nas praias de todo o mundo…
Poemas de Lília da Fonseca, in «Poemas da hora Presente»
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