quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Jorge Santos Alves: O Domínio do Norte de Samatra. «Continuava, porém, a faltar um correcta recolocação das questões respeitantes ao carácter essencial da expansão portuguesa na Ásia do Sueste. O contributo decisivo nessa matéria surgiu com os trabalhos de Luís Filipe Thomaz…»

Cortesia de hideportugal

Preâmbulo
«Poucos anos volvidos sobre o trabalho de Lombard, um volume do «Journal of Southeast Asian Studies» complementava, embora seguindo por trilhos diferentes dos de Lombard, a abertura de novos horizontes na história do norte de Samatra (especialmente em relação ao sultanato de Achém) nos séculos XVI e XVII e, em certa medida, na história dos contactos com os portugueses. Neste volume destacam-se os contributos de Anthony Reid, J. Kathirithamby-Wells e Charles Boxer.

Neles se abriam novas pistas de abordagem, algumas elas possíveis de reencontrar na breve síntese publicada pelo historiador indonésio Sartono Kartodirjo em 1971.
Continuava, porém, a faltar um correcta recolocação das questões respeitantes ao carácter essencial da expansão portuguesa na Ásia do Sueste. O contributo decisivo nessa matéria surgiu com os trabalhos de Luís Filipe Thomaz, cuja produção se iniciou na década de 60, atingindo o seu ponto alto nas décadas seguintes. Em 1979, Geneviève Bouchon, habitualmente mais atenta à presença portuguesa na Índia, deu à estampa um pequeno estudo dedicado às primeiras viagens de negócio portuguesas ao porto de Pacém, entre 1512 e l520.
Cortesia de appbras e aquitailandia

Sob a aparência de mais uma pequena e sólida monografia sobre o comércio português no mares do Arquipélago Malaio, Bouchon lançava este apelo: era preciso partir do estudo clarificador da conturbada vida política de Samudera-Pacém nas primeiras décadas do século XVI, e da acção nela desempenhada pelos portugueses, para um estudo global da existência deste sultanato como centro político do norte de Samatra, e do seu papel no quadro geo-económico do Estreito de Malaca. Mais recentemente, trabalhos como os de Pierre-Yves Manguin e de Paulo Jorge de Sousa Pinto concentraram-se nas relações entre Malaca portuguesa e o sultanato do Achém em finais do século XVI e princípios do século XVII.

A nós cabe, antes desse veredicto, agradecer a mestres, colegas e amigos que nos ajudaram. Entre os mestres, a figura de Luís Filipe Thomaz. Foi Luís Filipe Thomaz que nos pôs no trilho da História da Ásia do Sueste, graças a tudo o que sobre ela nos ensinou». In Jorge Manuel dos Santos Alves, O Domínio do Norte de Samatra, 1500-1580, Sociedade Histórica da Independência de Portugal, 1999, ISBN 972-9326-19-3.

Cortesia de SHI de Portugal/JDACT