Introdução
«Em 1954,os homens mais poderosos do mundo reuniram-se pela primeira
vez sob os auspícios da coroa holandesa e da família Rockefeller no luxuoso
Hotel Bilderberg, na pequena cidade holandesa de Oosterbeek. Durante um fim-de-semana
inteiro debateram o futuro do mundo. Quando terminou, decidiram reunir-se uma vez
por ano para trocar ideias e analisar as questões internacionais. Adoptaram o
nome ‘Clube Bilderberg’. Desde então, têm-se reunido num hotel de
luxo algures no mundo para tentar decidir o futuro da humanidade. Entre os membros
seleccionados deste clube estão Bill Clinton, Paul Wolfowitz, Henry Kissinger,
David Rockefeller, Zbigniew Brzezinski, Tony Blair e muitos outros chefes de
governo, homens de negócios, políticos, banqueiros e jornalistas de todo o
mundo.
Não obstante, em mais de cinquenta anos de reuniões, a imprensa nunca pôde
estar presente, nunca se fizeram declarações sobre as conclusões dos
participantes, nem nunca se divulgou qualquer ordem de trabalhos das reuniões
do ‘Clube Bilderberg’. Os líderes do ‘Clube Bilderberg’ defendem que esta descrição
é necessária para que os participantes nos debates falem livremente sem serem
citados publicamente. Caso contrário, dizem os ‘Bilderberg’, seriam obrigados a
falar na língua do comunicado à imprensa. É indubitável que esta discrição
permite ao ‘Clube Bilderberg’ deliberar com mais à-vontade, mas tal não
responde à pergunta fundamental:
- De que falam os mais poderosos no mundo nessas reuniões?
Qualquer sistema democrático moderno protege o direito à privacidade,
mas não terá o público o direito de saber de que conversam os seus líderes
políticos, quando se encontram com os líderes empresariais mais ricos dos
respectivos países? Que garantias têm os cidadãos de que o ‘Clube Bilderberg’
não passa de um centro para tráfico de influências e grupos de pressão, se não
os deixam saber de que falam os seus representantes nos encontros secretos do
Clube? Por que razão são os Fóruns Económicos Mundiais de Davos e as reuniões
do G8 debatidas em todos os jornais, com direito a primeira página, milhares de
jornalistas presentes, ao passo que ninguém cobre as reuniões do ‘Clube
Bilderbàrg?’
Este blackout existe apesar
do facto de (ou devido a?) nelas participarem anualmente Presidentes do Fundo Monerário
Internacional, Banco Mundial, Reserva Federal; presidentes de 100 das empresas
mais poderosas do mundo como, por exemplo, Daimler Chrysler, Coca-cola, British
Petroleum (BP), Chase Manhattan Bank, American Express, Goldman Sachs e
Microsoft; vice-presidentes dos Estados Unidos, directores da CIA e do FBI, secretários-gerais
da NATO, senadores e congressistas americanos, primeiros-ministros europeus, e
líderes de partidos da oposição; editores e CEO de topo dos principais jornais
do mundo.
É certamente curioso que não haja um único agente na indústria da comunicação social a considerar que um encontro de tais figuras, cuja opulência ultrapassa em muito a riqueza combinada de todos os cidadãos dos EUA, seja digno de menção, quando uma deslocação de qualquer um deles sozinho chega a passar na televisão. É este o busílis em que tenho ponderado.
Há quinze anos lancei-me numa jornada de investigação que se tornou no
trabalho de uma vida. Lentamente, uma por uma, penetrei nas camadas do segredo
que rodeia o ‘Clube Bilderberg’, mas não o poderia ter feito sem a ajuda dos ‘objectores
de consciência’ lá dentro, bem como do lado de fora, dos membros do
Clube. A eles professo a mais profunda gratidão pelas suas valiosas informações
que viabilizaram o livro.
Antes de entrarmos no reino deste clube exclusivo, é importante
reconhecer que não há pessoas nem organizações absolutamente ‘maléficas’, assim como não há ninguém
absolutamente ‘bom’. Há gente poderosa
no mundo que se norteia por ideais, princípios e crenças mais nobres do que a
do clube secreto e manipulador e seus grupúsculos. Os esforços dos membros
originais para melhorarem o nosso mundo basearam-se numa autocracia do género:
- ‘o pai é quem sabe’, semelhante ao formato paternalista do Cristianismo professado pela Igreja Católica instituída.
As intenções eram as melhores, a princípio. Infelizmente, parece que o ‘Clube
Bilderberg’ foi além do seu começo idealista e se tornou num governo-sombra a
nível mundial, que decide no maior sigilo, em reuniões anuais, como executar os
seus planos». In Daniel Estulin, The
True Story of the Bilderberg Group, 2005, O Clube de Bilderberg, 2008, PE-A, Biblioteca
das Ideias, ISBN 978-972-1-05966-5.
Cortesia da Biblioteca das Ideias/JDACT