sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O Clube de Bilderberg. Daniel Estulin. «Não obstante, em mais de cinquenta anos de reuniões, a imprensa nunca pôde estar presente, nunca se fizeram declarações sobre as conclusões dos participantes, nem nunca se divulgou qualquer ordem de trabalhos das reuniões. Não passa de um centro para tráfico de influências e grupos de pressão»


jdact e cortesia de wikipedia

Introdução
«Em 1954,os homens mais poderosos do mundo reuniram-se pela primeira vez sob os auspícios da coroa holandesa e da família Rockefeller no luxuoso Hotel Bilderberg, na pequena cidade holandesa de Oosterbeek. Durante um fim-de-semana inteiro debateram o futuro do mundo. Quando terminou, decidiram reunir-se uma vez por ano para trocar ideias e analisar as questões internacionais. Adoptaram o nome ‘Clube Bilderberg’. Desde então, têm-se reunido num hotel de luxo algures no mundo para tentar decidir o futuro da humanidade. Entre os membros seleccionados deste clube estão Bill Clinton, Paul Wolfowitz, Henry Kissinger, David Rockefeller, Zbigniew Brzezinski, Tony Blair e muitos outros chefes de governo, homens de negócios, políticos, banqueiros e jornalistas de todo o mundo.
Não obstante, em mais de cinquenta anos de reuniões, a imprensa nunca pôde estar presente, nunca se fizeram declarações sobre as conclusões dos participantes, nem nunca se divulgou qualquer ordem de trabalhos das reuniões do ‘Clube Bilderberg’. Os líderes do ‘Clube Bilderberg’ defendem que esta descrição é necessária para que os participantes nos debates falem livremente sem serem citados publicamente. Caso contrário, dizem os ‘Bilderberg’, seriam obrigados a falar na língua do comunicado à imprensa. É indubitável que esta discrição permite ao ‘Clube Bilderberg’ deliberar com mais à-vontade, mas tal não responde à pergunta fundamental:
  • De que falam os mais poderosos no mundo nessas reuniões?
Qualquer sistema democrático moderno protege o direito à privacidade, mas não terá o público o direito de saber de que conversam os seus líderes políticos, quando se encontram com os líderes empresariais mais ricos dos respectivos países? Que garantias têm os cidadãos de que o ‘Clube Bilderberg’ não passa de um centro para tráfico de influências e grupos de pressão, se não os deixam saber de que falam os seus representantes nos encontros secretos do Clube? Por que razão são os Fóruns Económicos Mundiais de Davos e as reuniões do G8 debatidas em todos os jornais, com direito a primeira página, milhares de jornalistas presentes, ao passo que ninguém cobre as reuniões do ‘Clube Bilderbàrg?’
Este blackout existe apesar do facto de (ou devido a?) nelas participarem anualmente Presidentes do Fundo Monerário Internacional, Banco Mundial, Reserva Federal; presidentes de 100 das empresas mais poderosas do mundo como, por exemplo, Daimler Chrysler, Coca-cola, British Petroleum (BP), Chase Manhattan Bank, American Express, Goldman Sachs e Microsoft; vice-presidentes dos Estados Unidos, directores da CIA e do FBI, secretários-gerais da NATO, senadores e congressistas americanos, primeiros-ministros europeus, e líderes de partidos da oposição; editores e CEO de topo dos principais jornais do mundo.


É certamente curioso que não haja um único agente na indústria da comunicação social a considerar que um encontro de tais figuras, cuja opulência ultrapassa em muito a riqueza combinada de todos os cidadãos dos EUA, seja digno de menção, quando uma deslocação de qualquer um deles sozinho chega a passar na televisão. É este o busílis em que tenho ponderado.
Há quinze anos lancei-me numa jornada de investigação que se tornou no trabalho de uma vida. Lentamente, uma por uma, penetrei nas camadas do segredo que rodeia o ‘Clube Bilderberg’, mas não o poderia ter feito sem a ajuda dos ‘objectores de consciência’ lá dentro, bem como do lado de fora, dos membros do Clube. A eles professo a mais profunda gratidão pelas suas valiosas informações que viabilizaram o livro.
Antes de entrarmos no reino deste clube exclusivo, é importante reconhecer que não há pessoas nem organizações absolutamente ‘maléficas’, assim como não há ninguém absolutamente ‘bom’. Há gente poderosa no mundo que se norteia por ideais, princípios e crenças mais nobres do que a do clube secreto e manipulador e seus grupúsculos. Os esforços dos membros originais para melhorarem o nosso mundo basearam-se numa autocracia do género:
  • o pai é quem sabe’, semelhante ao formato paternalista do Cristianismo professado pela Igreja Católica instituída.
As intenções eram as melhores, a princípio. Infelizmente, parece que o ‘Clube Bilderberg’ foi além do seu começo idealista e se tornou num governo-sombra a nível mundial, que decide no maior sigilo, em reuniões anuais, como executar os seus planos». In Daniel Estulin, The True Story of the Bilderberg Group, 2005, O Clube de Bilderberg, 2008, PE-A, Biblioteca das Ideias, ISBN 978-972-1-05966-5.

Cortesia da Biblioteca das Ideias/JDACT