sexta-feira, 19 de julho de 2013

Jazz. Amy Cervini. «Nunca parti deste cais e tenho o mundo na mão! Para mim nunca é demais responder sim cinquenta vezes a cada não. Por cada barco que me negou cinquenta partem por mim e o mar é plano e o céu azul sempre que vou! Mundo pequeno para quem ficou...»

Cortesia de wikipedia


Primeiro tu virás, depois a tarde
com terras, mares, algas, vento, peixes.
Trarás, no ventre, a marca das idades
e a inquietude dos pássaros libertos.

Virás para o enorme do silêncio
— flor boiando na órbita das águas —
tu não verás o fúnebre das horas
nem o canto final do sol poente.

Primeiro tu virás, depois a tarde
sem desejos e amor. Virás sozinha
como o nome saudade. Virás única.

Eu não terei a posse do teu corpo
nem me baptizarei na tua essência,
mas tu virás primeiro e eu morro livre.

Poema de Manuel Lopes, in ‘Soneto à Liberdade’



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