«(…)
Os homens mais perigosos são aqueles que aparentam muita religiosidade, especialmente
quando estão organizados e detêm posições de autoridade, contando com o
profundo respeito do povo, o qual ignora o seu sórdido jogo pelo poder nos bastidores.
Esses homens chamados religiosos, que
fingem amar a Deus, recorrerão ao assassinato, incitarão revoluções e guerras,
se necessário, em apoio à sua causa. São políticos ardilosos, inteligentes,
gentis e de aparência religiosa, vivendo num obscuro mundo de segredos,
intrigas e santidade mentirosa. Esse padrão humano, espiritualmente falando,
pode ser verificado entre os escribas, fariseus e saduceus do tempo de Jesus Cristo.
Os pastores primitivos observavam
muito do antigo sistema babilónico, além da Teologia judaica e da Filosofia
grega. Todos eles perverteram a maior parte dos ensinamentos de Cristo e dos seus
apóstolos, construindo as bases para a máquina do catolicismo romano, que
estava por vir. Piamente, atacaram, perverteram, acrescentaram e suprimiram da
Bíblia. Esse espírito religioso anticristão, trabalhando através deles, pode
ser visto novamente quando Inácio de Loyola criou os jesuítas para,
secretamente, atingir dois grandes objectivos da instituição católica romana: Poder
político universal; Uma igreja universal, no cumprimento das profecias de
Apocalipse. No momento em que Inácio de Loyola apareceu em cena, a Reforma Protestante tinha danificado
seriamente o sistema católico romano. Ele chegou à conclusão que a única
possibilidade de sobrevivência para a sua igreja
seria através do reforço dos cânones. Isso aconteceria não pelo simples
aniquilamento das pessoas, conforme os frades dominicanos se incumbiam de fazer
através da Inquisição (maldita), mas pela infiltração e penetração em todos os sectores
da sociedade. O protestantismo deve ser conquistado
e usado para o benefício dos papas, era a proposta pessoal de Inácio de Loyola
ao papa Paulo III.
Os
jesuítas começaram a trabalhar imediatamente, infiltrando-se em todos os grupos
protestantes, incluindo-se as suas famílias, locais de trabalho, hospitais,
escolas, colégios e demais instituições. Actualmente, têm a sua missão
praticamente concluída. A Bíblia coloca o poder de uma igreja local nas mãos de
um pastor de Deus. Os astutos jesuítas, no entanto, conseguiram com sucesso
tirar aquele poder das denominações evangélicas ao longo do tempo, tendo
conseguido agora lançar quase todas as denominações protestantes nos braços do
Vaticano. Isso foi exactamente o que Inácio de Loyola se propôs a atingir: uma
igreja universal e o fim do protestantismo. Na medida em que o leitor for
se aprofundando na leitura do livro, perceberá a existência de um paralelo
entre os sectores religioso e político. Revela a infiltração dos jesuítas nos
governos e nações do mundo, para manipulação do curso da História, erguendo
ditaduras, enfraquecendo democracias, abrindo caminho para a anarquia social,
política, moral, militar, educacional e religiosa». In Alberto Rivera
«Um
escritor do século passado, Adolphe Michel, lembrava que Voltaire estimava em seis
mil o número de obras publicadas sobre os jesuítas àquela época. A que número chegaremos dois séculos
depois?, perguntava Adolphe Michel, apenas para terminar em seguida: Não importa. Enquanto houver jesuítas, livros
terão de ser escritos contra eles. Nada mais pode ser dito de novo sobre
eles, mas as novas gerações de leitores surgem todos os dias, e esses leitores procurarão por livros
velhos? A razão a qual acabamos de mencionar seria mais do que suficiente
para justificar a retomada desse assunto exaustivamente discutido. De facto,
muitos dos primeiros livros retratando a história dos jesuítas não podem mais
ser encontrados. Apenas em bibliotecas públicas ainda podem ser consultados, o que
os torna inacessíveis à maior parte dos leitores. Com o propósito de informar
sucintamente ao público em geral, pareceu-nos necessário um sumário dessas
obras. Há também outra razão, tão importante quanto a que acabamos de
mencionar. Ao mesmo tempo em que as novas gerações de leitores surgem, novas
gerações de jesuítas aparecem, e estes, trabalham ainda hoje, com os mesmos
métodos tortuosos e tenazes com os quais tão frequentemente no passado fizeram
funcionar os reflexos defensivos de nações e governos. Os filho de Loyola, mais
do que nunca, são a ala dominante da Igreja Romana. Tão bem disfarçados quanto
antigos, continuam a ser os mais eminentes ultramontanos;
os agentes discretos mas eficazes da Santa Sé em todo o mundo; os campeões
camuflados da sua política; a arma
secreta do papado. É ao mesmo tempo uma retrospectiva e actualização da
história do jesuitismo. Pelo facto da maioria das obras referentes aos jesuítas
não mencionarem o papel primordial deles nos eventos que estão subvertendo o
mundo nos últimos anos, acreditamos ter chegado o momento de superarmos essa
lacuna ou, mais precisamente, iniciarmos com nossa modesta contribuição um
estudo ainda mais profundo sobre o assunto. Fazemo-lo, sem ignorar os
obstáculos a serem enfrentados pelos autores não, apologistas, desejosos de
tornarem públicos escritos sobre esse assunto tão incandescente. De todos os factores
integrantes da vida internacional, em momentos cheios de confusões e
transtornos, um dos mais decisivos, e ainda não suficientemente reconhecidos,
reside na ambição da Igreja Romana». In Edmond Paris, Histoire secrète des jésuites, A
História Secreta dos Jesuítas, tradução de Josef Sued, 1997, Chick
Publications, 21ª edição, Fundação Biblioteca Nacional, 2000, ISBN 093-795-810-7.
Cortesia de
FBN/JDACT