sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

No 31. Poesia. Hélio Ferreira. Harpa. «Dizer uma cousa falha, não porque sugerir seja melhor, mas porque ser é melhor. Cultura não é ler muito, nem saber muito; é conhecer muito. Viver não é necessário. Necessário é criar»

jdact e wikipedia

Noite luz
«Marco de ternura
sem cansaço
brisa amor
que o mal te curará
ondulantes caprichos
de desejos loucos
padrões do meu sentir
em rio meu.

Murmúrios liberdade
renegados
de natureza grito
dor e tu
que alguém encontrará
no amor nascer
que não sentiu
o medo de morrer

Marco de ternura
sem cansaço
mistério denegrido
em mim tortura
versos horas
quebrados em bocados
levada que murmura
sem cuidados.

Oh noite luz
mulher que aconteceu
procura dum chegar
numa palavra vem
aqui fiquei
amor que não morreu
de tanto que gritou
e já no fim
nasceu».


O teu rosto
«Simbiótico mutismo
descarnado

Reverso acontecer
que me atormenta

Mentira colectiva
terra arado

Sentido de viver
nunca acabado

Caminha devagar
vai caminhando

Verga teu peito
chora amigo meu

Lava teu rosto
cobre de respeito

O outro que de andar
até morreu»
Poemas de Hélio C. Ferreira, in ‘As Virgens

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