segunda-feira, 2 de maio de 2011

Évora. Exposição: Vinhas das Caliças. Uma Necrópole da Idade do Ferro. «O recinto funerário foi intervencionado em 2009 e é semelhante a uma arquitectura tumular fenícia. A Vinha das Caliças protegeu durante 2700 anos as ossadas de homens e mulheres do período correspondente à I Idade do Ferro, entre os séculos VIII e V a.C.»

Cortesia de eboraemusica

Exposição Vinhas das Caliças: «Uma Necrópole da Idade do Ferro»
Convento dos Remédios
«A Câmara Municipal de Évora inaugurou hoje às 8 horas, no Convento dos Remédios, uma exposição itinerante intitulada «Vinha das Caliças: uma Necrópole da Idade do Ferro», que faz uma apresentação dos trabalhos arqueológicos realizados na necrópole, cemitério, com cerca de 2700 anos, descoberta ao lado da barragem do Pisão, Beja. Os trabalhos arqueológicos foram financiados pela Empresa de Desenvolvimento de Infra-estruturas do Alqueva (EDIA) pelas necessidades de prosseguir as obras de um canal de rega e reúne um núcleo de cinco dezenas de sepulturas escavadas no substrato de base, a caliça, que dá nome ao local.

O recinto funerário, do tamanho de um campo de futebol, foi intervencionado em 2009 e é semelhante a uma arquitectura tumular fenícia. Pela análise do espólio, a Vinha das Caliças protegeu durante 2700 anos, apesar dos ataques pontuais de salteadores, os enterramentos/ossadas de homens e mulheres do período cronológico correspondente à I Idade do Ferro, entre os séculos VIII e V a.C.. Além das ossadas foram encontrados objectos que acompanhavam os mortos nesta comunidade, dos quais se destacam dois enigmáticos escaravelhos com resquícios da cultura egípcia e um extraordinário toucador constituído por uma colher, uma pinça e outro objecto ligados por um argola de bronze.



Cortesia de cmevora 
Durante os oito meses dos trabalhos foram identificadas cerca de 50 sepulturas com indivíduos inumados em decúbito lateral. Numa das sepulturas centrais da necrópole, no interior de um espaço rectangular bem demarcado, foi identificado um guerreiro, presumivelmente o líder desta comunidade. Muitos indivíduos foram sepultados com materiais bélicos, como pontas de lança e punhais, mas também se encontravam oferendas colocadas sobre pratos, que seriam seguramente uma dádiva generosa de alimento para a transição do mundo terreno para o metafísico.

Seguiu-se à inauguração uma conferência pelo arqueólogo Rui Mataloto sobre a «Sociedade e necrópoles rurais de Idade do Ferro do Alentejo Central».
Esta exposição estará aberta ao público até 30 de Junho, podendo ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9:30 às 12:30 e das 14:00 às 18:00». In Câmara Municipal de Évora.

A amizade de RR.

Cortesia de CMÉvora/JDACT