quinta-feira, 5 de maio de 2011

Os Templários na Formação de Portugal: Introdução. «Existe ainda, no nosso país, uma cultura de investigação muito ligada às fontes documentais em prejuízo das denominadas «fontes não-escritas», ou seja, do estudo dos monumentos, das obras de arte, dos símbolos gravados nos documentos»

Mapa dos Templários em Portugal
Séculos XII-XIII
Cortesia de esquilo 

Os Templários na formação de Portugal
«No quadro do renascimento actual da abordagem das grandes questões da espiritualidade, o interesse pelos misteriosos cavaleiros do Templo não tem parado de crescer por todo o mundo ocidental, incluindo Portugal. No nosso país, existe mesmo uma simpatia generalizada por estes monges-guerreiros, nomeadamente nos locais onde a sua presença foi mais forte. Tomar é disso um exemplo paradigmático. Contudo, e paradoxalmente, o estudo da presença templária em Portugal está por realizar. Tanto os investigadores nacionais, como os especialistas internacionais desta temática, só nos últimos anos e em número escasso têm mostrado algum interesse pela obra do Templo no território lusitano. De qualquer modo, é necessário um aturado e metódico estudo científico das fontes escritas e não-escritas. Estamos convencidos de que tal pode contribuir bastante para iluminar o nosso conhecimento acerca dos primeiros séculos da nacionalidade e de algumas das características que constituem a identidade portuguesa.

Cortesia de virtualiaomanifesto

Nascendo ao mesmo tempo que o reino português, a ordem do Templo teve, nestes lugares, uma expansão fulgurante, passando a dominar praticamente toda a região entre o Tejo e o Mondego (na época, zona do instável território fronteiriço). Situou-se igualmente, desde os primeiros tempos, em Sintra e Braga.
Se é um facto que a Terra santa de Jerusalém não teria ficado na posse de um reino cristão ocidental durante os séculos XII e XIII, sem o contributo dos cavaleiros do Templo; não é menos verdade que tão-pouco Portugal se teria formado tão rapidamente e com tanta solidez sem esse mesmo apoio. Apesar disso, a historiografia oficial tem persistido em se alhear dessa realidade. Esta omissão é parcialmente compreensível.
Existe ainda, no nosso país, uma cultura de investigação muito ligada às fontes documentais em prejuízo das denominadas «fontes não-escritas», ou seja, do estudo dos monumentos, das obras de arte, dos símbolos gravados nos documentos.

Cortesia de virtualiaomanifesto
As tradições populares têm sido inventariadas, embora haja um longo trabalho a desenvolver na descodificação das mensagens que elas emitem através dos arquétipos ocultos. Como exemplo do estudo das fontes não-escritas, temos a utilização da arqueoastronomia para melhor compreender os monumentos pré-históricos, menires e antas, que têm evidenciado o elevado saber astronómico desses construtores. É indubitável que este tipo de investigação é necessário para entrar no mundo dos Templários. Estes misteriosos cavaleiros deixaram toda uma mensagem através dos seus monumentos e dos símbolos que neles insculpiram. Assim sendo, é imprescindível um conhecimento sólido da ciência dos símbolos e da tradição esotérica para tornar inteligível o universo templário. os símbolos deixados pelas culturas de todo o planeta são hoje estudados em universidades de todo o mundo e, ultimamente, o esoterismo tem deixado de ser tabu para muitas cátedras. Todavia, existe em Portugal, mesmo entre os universitários, um divórcio entre os historiadores tradicionais e os investigadores ligados ao esoterismo, à antropologia, à filosofia... Este divórcio gera, quanto a nós, falta de rigor e dá espaço às «fantasias esotéricas» (que de esotérico nada têm) que abundam no mercado». In Paulo Alexandre Loução, Os Templários na Formação de Portugal, Edições Esquilo, 9ª edição 2004, ISBN 972-97760-8-3.

Cortesia de Esquilo/JDACT