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Antes da Era Cristã os povos germânicos, egípcios, persas, sírios e sumérios comemoravam o solstício de verão, o dia mais longo e noite mais curta do ano, que ocorre no mês de Junho no Hemisfério Norte. Nesse período faziam-se festas com comida, danças e fogueiras para invocar fertilidade às plantações e prosperidade às colheitas. Com o tempo esta prática estendeu-se a Portugal e outros países europeus.
Não apreciando essa festividade «pagã», a Igreja Católica resolveu incorporá-la ao seu Calendário com o nome de Festas Joaninas, em homenagem ao aniversário de São João Baptista em torno do dia 24 de Junho.
Segundo o catolicismo, a tradição das fogueiras teve origem num «acordo» entre Santa Isabel e Maria (mãe de Jesus) para avisar a prima do nascimento do filho, São João Batista. Isabel mandaria acender uma fogueira bem alta e ao ser vista a fumaça, Maria saberia a boa nova. Reza a lenda que assim aconteceu.
Posteriormente, foram agregadas às comemorações Joaninas o dia de Santo António e de São Pedro. Pelo facto de serem divertimentos que incorporam costumes, bebidas, comidas e danças populares, também são conhecidas por Festas Juninas.
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Quando chega o mês de Junho, os portuenses, na sua maioria, apenas têm cabeça para pensar nas Festas Joaninas. Apesar do S. João só se celebrar no dia 23 desse mês, os preparativos e as festas começam antes, muito antes. A noite de S. João quer-se que seja de barulho e de folia. Nessa noite, nem os santos dormem… Todo o país já ouviu falar, pelo menos uma vez, nas festas que animam a cidade do Porto. Todos os habitantes desta cidade têm orgulho em dizer que a rua será a sua casa nessa noite.
As ruas enfeitam-se, como deve estar enfeitado sempre o local onde se realizam os divertimentos. Tiram-se os martelos dos armários. Vão-se comprar os alhos-porros. Salgam-se as sardinhas e acendem-se as brasas do fogareiro. Quem não se pode afastar muito de suas casa, arma a sua barraca e nunca se pode esquecer da música.
Os gostos musicais são esquecidos. A música que se ouve deve ser portuguesa e popular. Há bailaricos um pouco por todas as freguesias da cidade e todos são bem-vindos.
As Festas Joaninas têm origem na tradição judaico-cristã, na crença no Apóstolo João. Na zona das Fontainhas, zona imortalizada pelo povo do Norte, pode ver-se uma representação do baptismo de Cristo, feito por S. João Baptista. Segundo a bíblia, João nasceu para mostrar o que aconteceria com o nascimento de Cristo, daí o terem confundido com o prometido Messias.
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«A importância de João nunca foi esquecida pelos católicos.Mais do que uma festa para honrar o nome de um homem dedicado a Deus, o S. João é uma festa para honrar o que de melhor temos, os nossos amigos, a nossa família, a nossa vida».
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Por aqui e por ali, encontram-se as cascatas de S. João. Qualquer pessoa pode fazer a sua, basta ter o S. João, o S. José e, quem sabe até, o S. Pedro. Claro que há cascatas mais completas do que outras, mas todas elas têm o espírito da cidade. A cascata de S. João quase se assemelha ao presépio do natal…
As Festas Joaninas também se realizam com grande destaque nas cidade de Portalegre, Braga e Almada, de entre outras localidades.
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