Cortesia dos CTT
Os recipientes para medicamentos são tão antigos como os próprios medicamentos. Na Mesopotâmia, foram descobertos potes de cerâmica com cerca de cinco mil anos que poderão ter servido para armazenar substâncias terapêuticas. Também do Egipto, da Grécia e de Roma se conhecem exemplares de vasos de alabastro, de terracota e de vidro para guardar unguentos, bálsamos e cosméticos. Mas a técnica da faiança floresceu na Pérsia, no século VIII, difundindo-se, a partir do século XIII, pelo Norte de África até Espanha, e daí para o resto da Europa.
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Nos séculos XII e XIII desenvolveram-se processos inovadores no Sul da Península Ibérica muçulmana, sendo muito conhecida a cerâmica de barro esmaltada hispano-mourisca que aí se produzia, nomeadamente para utilização farmacêutica, exportada através da rota comercial que passava pela ilha de Maiorca (donde a designação de majólica). Em Itália, a chegada dessa cerâmica suscitou o aparecimento de muitas oficinas, sendo de destacar as que se instalaram em Faenza – origem do termo “faiança”. Esta indústria espalhou-se por França, Holanda, Inglaterra, Alemanha e Escandinávia. E de tal modo que entre os séculos XVI e XVIII contam-se pelo menos 70 locais de manufactura de cerâmica farmacêutica situados por toda a Europa, desde Marieberg, na Suécia, até Caltagirone, na Sicília, e de Varsóvia a Lisboa.
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Em Portugal, o desenvolvimento da cerâmica vidrada remonta apenas ao final do século XVI, sendo visível a inspiração oriental, que os Descobrimentos vieram trazer, na produção cerâmica em geral e designadamente nos motivos ornamentais dos vasos de farmácia, nos quais se espelhava toda a sedução e fascínio que o Oriente exerceu nos artistas portugueses. É bem conhecida e muito presente em museus e noutras colecções, por exemplo, a faiança directamente inspirada na decoração da porcelana chinesa, em especial a do período Wanli (1573-1619) da dinastia Ming.
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No século XVII, a maioria da produção tem origem nas diversas oficinas de Lisboa e Coimbra, havendo também referências a fábricas em Darque (Viana do Castelo). Dos centros de fabrico cerâmicos do século XVIII e XIX destacam-se a Real Fábrica de Louça, ao Rato, em Lisboa, e ainda as fábricas da Rua da Esperança e da Fontinha, no Porto, do Cavaquinho e da Fervença, em Gaia, de Miragaia e de Estremoz.
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Com decoração, técnicas de vidrado, formatos e cores diferentes (consoante as épocas, os locais de fabrico e de destino, a função e o conteúdo a que se destinavam), os vasos e potes de botica passaram, desde muito cedo, a ter uma importante função decorativa a par da sua óbvia utilidade prática, tornando-se também objectos de grande atracção para farmacêuticos e coleccionadores em geral.
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Os selos de 2008 dos CTT/JDACT