quinta-feira, 10 de junho de 2010

Miguel Bombarda: Um médico psiquiatra e político republicano português

(1851-1910)
Rio de Janeiro
Cortesia de vidaslusofonas
Miguel Augusto Bombarda foi um médico psiquiatra e político republicano português. Estudou na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, onde viria a ser professor e foi director do Hospital de Rilhafoles, onde criou o Laboratório de Histologia em 1887. Como professor na Escola Médico-Cirúrgica deu um importante contributo para a reforma do estudos médicos. Republicano convicto, foi um acérrimo anticlerical. Tornou-se membro do Partido Republicano Português em 1909, tendo sido eleito deputado em Agosto de 1910.
Cortesia de vidaslusofonas

Membro do comité revolucionário que implantou a República em Portugal, em 5 de Outubro de 1910, e considerado o seu chefe civil. Não chegou, contudo, a assistir à vitória dos republicanos por ter sido assassinado por um doente mental do Hospital de Rilhafoles em 3 de Outubro de 1910, poucas horas antes do início da revolta. Teve um funeral conjunto ao de Cândido dos Reis, no dia 6 de Outubro.

«... Lá o mataram! Pela cidade, a notícia corre veloz, como correm as más novas. E toda a gente, ansiosamente, indagava do fundamento do que se propagava. Seria verdade? Teriam realmente assassinado o Dr. Miguel Bombarda? Mas quem? Com que fim? Para quê? E, enquanto a triste verdade não era conhecida em todos os seus pormenores, bordavam-se mil conjecturas. Grupos, pelas ruas, comentavam a notícia, ainda mal definida, dos quais saíam pragas contra o assassino, de identidade e condições de momento ignoradas. Lá o mataram! Nada está, a tal respeito, averiguado. O que, de positivo, se sabe, é que o ilustre psiquiatra morreu às mãos de um doido, com o delírio da perseguição. É o que, por enquanto, está averiguado. Se o doido, e a sua especial doença, foram alvo de uma criminosa sugestão, impossível é dizê-lo, ou, no momento prová-lo, caso este boato tenha qualquer fundamento. A verdade é que o Dr. Miguel Bombarda, deputado republicano por Lisboa, foi assassinado. Está morto; e a verdade é que esse facto produziu em toda a cidade de Lisboa e produzirá em todo o país uma sensação indescritível. A notícia realmente caíra na cidade como um raio. Ao princípio, a sensação foi de estupor; depois, foi de dor, depois de indignação contra o assassino. Mas se ele é um doido?...». In Vidas Lusófonas, José Brandão.
 


Cortesia de vidas lusófonas/Carlos Bobone/JDACT