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Em Portugal, os pelourinhos ou picotas, a designação mais antiga e popular, dos municípios localizavam-se sempre em frente ao edifício da câmara, desde o século XII. Muitos tinham no topo uma pequena casa em forma de guarita, feita de grades de ferro, onde os delinquentes eram expostos para a vergonha pública. Noutros locais os presos eram amarrados às argolas e açoutados ou mutilados, consoante a gravidade do delito e os costumes da época.
De estilo românico, gótico ou renascentista, muitos dos pelourinhos em Portugal constituem exemplares de notável valor artístico.
Segundo Alexandre Herculano e Teófilo Braga, os pelourinhos tiveram origem na «columna moenia» romana que distinguia com certos privilégios, as cidades que os possuiam. Os pelourinhos normalmente são constituídos por uma base sobre a qual assenta uma coluna ou fuste e terminam por um capitel. Nalguns pelourinhos, em vez da base construída pelo homem, eram aproveitados afloramentos naturais.
Consoante o remate do pelourinho, estes podem classificar-se em:
- Pelourinhos de gaiola;
- Pelourinhos de roca;
- Pelourinhos de pinha;
- Pelourinhos de coluço (gaiola fechada);
- Pelourinhos de tabuleiro (gaiola com colunelos);
- Pelourinhos de chaparasa;
- Pelorinho de coruchéu;
- Pelourinhos de bola;
- Pelourinhos tipo bragançano;
- Pelourinhos extravagantes (de características invulgares).
Muitos pelourinhos foram destruídos pelos liberais a partir de 1834 por os considerarem um símbolo de tirania.
O Pelourinho de Benavente, supostamente, foi erigido em 1516, aquando da atribuição do novo Foral a Benavente por D. Manuel I. Enquanto símbolo de jurisdição municipal, o Pelourinho erguia-se junto aos Paços do Concelho, na Praça Principal da vila, onde se encontrava também a antiga Igreja Matriz (derrubada pelo sismo de 1909). No século XVII, o Pelourinho foi transportado para a Praça Nova e colocado á esquerda dos antigos Paços do Concelho, de modo a que nesse local pudessem continuar a ser corridos os touros. Com a construção do novo edifício dos Paços do Concelho, que iria ampliar a área de implantação do anterior, o Pelourinho foi apeado em 1847 e apenas em 1954 foi recolocado, desta vez no centro da nova praça, a actual Praça do Município.
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O Pelourinho de Benavente «é de muito boa pedra laurada, alto com os seus ferros, e grimpa, e Cruz de São Bento com suas pomas douradas, com cinco degraus a redondo da mesma pedraria» (In Tombo do Concelho, 1574). Antes de ser demolido, o Pelourinho já não apresentava a sua construção inicial, uma vez que se podia notar a ausência da grimpa, da cruz e das pomas douradas. Os ferros que ostentava, na altura da sua demolição, também não seriam os originais. Os que existiam nessa altura, eram utilizados para suster uma balança, pertença da Câmara Municipal, para pesar todas as manhãs o peixe, antes da venda a miúdo, de forma a esta poder cobrar o Imposto do Pescado. In Rui de Azevedo.
Está classificado como Imóvel de Interesse Público, Decreto-Lei nº 23122 de 11 de março de 1933.Cortesia da Câmara Municipal de Benavente/Junta de Freguesia/JDACT