Cortesia
de wikipedia e jdact
«(…) Maria Madalena está na
crucificação, está no enterro e está na ressurreição, e antes disso está com
Jesus durante o seu ministério na Galileia. Como mulher e companheira de Jesus,
ela é a única pessoa perto dele nos momentos críticos que definem seu
propósito, que descrevem seu destino e que darão origem a uma nova religião;
ela ajuda a apoiar Jesus em suas obras, é totalmente destemida e é uma mulher
de visão. Sua personagem detém o segredo do seu nome. No início há Jesus e
Maria, chamada Madalena.
Maria
Madalena e Maria, a mãe de Jesus
Maria, mãe de Jesus, aparece
principalmente nos capítulos 1 e 2 dos evangelhos de Mateus e Lucas, que contam
a história da natividade e da infância de Jesus, o nascimento virgem numa
manjedoura de Belém, os pastores no campo, a estrela no leste, os magos
adorando, uma história totalmente ignorada pelos evangelhos de Marcos e João,
que começam com o baptismo de Jesus, o homem, por João Baptista. Vários
estudiosos, entre eles Geza Vermes, uma das principais autoridades acerca de
Jesus, consideram as narrativas do nascimento lendárias e dizem que elas foram
acrescentadas a Lucas e Mateus posteriormente. Essas histórias da natividade,
que de qualquer forma se contradizem (por exemplo, Mateus tem a Sagrada Família,
temendo pela vida de Jesus, fugindo de Belém para o Egipto, enquanto Lucas a
tem retornando a Nazaré depois de passar quarenta dias pacificamente em Belém e
Jerusalém), não são confirmadas pelos outros dois evangelhos. Marcos e João
dizem que Jesus veio da Galileia; Marcos não faz qualquer menção a Belém,
enquanto João não contradiz a afirmação dos fariseus de que Jesus nasceu na
Galileia, não em Belém. Para além desses capítulos do nascimento e da infância
em Mateus e Lucas, Maria aparece nos evangelhos apenas sete vezes, em cinco
dessas descrita como a mãe de Jesus, mas sem receber um nome, e uma vez em Actos.
Três das referências à mãe sem
nome de Jesus dizem respeito a um acontecimento descrito em Marcos, Mateus e
Lucas. Jesus estava curando, pregando e expulsando demónios, e atraía multidões
de pessoas por toda a Galileia, porém seus amigos e sua família temiam que ele estivesse
perturbado e possuído por Belzebu, e vão buscá-lo. Mas ele, com desdém, manda
embora sua mãe e seus irmãos, dizendo que a sua verdadeira mãe e seus
verdadeiros irmãos são aqueles que fazem a vontade de Deus. A quarta vez,
quando a mãe de Jesus é mencionada, mas não nomeada, dá-se no casamento de Canaâ,
onde de novo é apresentada como um estorvo, e Jesus volta-se para ela
dizendo-lhe: Mulher, que queres de mim? Por outras razões, o casamento em Canaâ
(casamento de quem?) é um evento importante e será mencionado mais tarde. Quando
ela aparece na crucificação, em João, também não é nomeada, sendo identificada
apenas como a mãe de Jesus. João é o único evangelho que coloca Maria na
crucificação de Jesus; ela não está no enterro nem na ressurreição.
Maria, mãe de Jesus, é no entanto
nomeada nos evangelhos de Marcos e Mateus, quando os moradores da Galileia estão
enfurecidos por Jesus estar pregando na sua sinagoga. Eles acreditam que ele
seja um carpinteiro, ou o filho de um carpinteiro de Nazaré, e não percebem que
ele é um rabino: não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de
José, de Judas e de Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós? Mateus também
menciona Maria e seus filhos pelo nome, mas não faz qualquer menção às suas
filhas. E, finalmente, Maria, mãe de Jesus, é mencionada pelo nome em Actos no
dia de Pentecostes, quando, após a ressurreição, o Espírito Santo desce sobre
aqueles que estão no Cenáculo. Maria distingue-se por ser a mãe de Jesus, mas não
há nada no seu relacionamento que sugira ter ela alguma compreensão do que ele
planeava e fazia. No final houve uma espécie de reconciliação quando, de acordo
com o Evangelho de João, embora em nenhum dos outros, Maria foi ver Jesus pendurado
na cruz e ele a reconheceu com o seu último suspiro, dizendo: Mulher, eis aí o
teu filho!
Em
contraste, Maria Madalena foi companheira constante de Jesus em todo o seu
ministério na Galileia e o ajudou a organizar e financiar as dezenas de pessoas
envolvidas na sua missão de curar e trazer a salvação para os doentes e os
pobres. Ela veio com Jesus a Jerusalém, testemunhou sua crucificação, supervisionou
para ver onde seu corpo foi colocado, voltou para ungi-lo no terceiro dia e
testemunhou sua ressurreição dos mortos, catorze menções de Maria Madalena pelo
nome, bem como outras menções, como quando ela está incluída entre as mulheres
da Galileia». In Michael Haag, Maria Madalena, Zahar, 2018, ISBN 978-853-781-739-1.
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