Cortesia de wikipedia
«Colombo pôs a descoberto a
América à Europa. É verdade!... Só que descobrir não teria o mesmo
significado que lhe damos hoje. Quando Colombo chegou, foi por onde os
portugueses tinham carreiras regulares... esse foi o perigo da viagem dele, chegar sem
ser Descoberto no caminho pelos Portugueses! Não conseguiu... de
tal forma a situação estava bem controlada!
Mapas. Sem erros, mas com Segredos
Quando olhamos para a Carta Portulana de Pedro Reinel,
de 1484-85, em baixo, parece ter um
mapa de África! Parece... mas Pedro
Nunes avisa-nos que pode não ser bem assim, e chega mesmo a dizer:
- O outro género de informações é dos que notaram algumas alturas. Mas isto somente fizeram, nos lugares que estavam num mesmo paralelo, e isto também aproveitava pouco. O terceiro genero é o dos mareantes; os quais diz que não sabiam mais que as distâncias dos lugares, que a eles lhes parecia estarem norte-sul donde partiam; e os que estavam leste-oeste sabiam muito mal porque isto era outrossim muito incerto (...). In Pedro Nunes, Tratado em Defensam da Carta de Marear, 1537, (publicado depois de Carlos V de Espanha mandar queimar todas as Cartas Náuticas).
Este texto de Pedro Nunes serviu para confirmar um ligeiro detalhe que já tinha
previamente reparado na carta de Pedro Reinel... voltando-a na
direcção leste-oeste e não norte-sul... ou seja, rodando, obtemos, um contorno que se assemelha à
costa Mexicana... até mesmo na zona de latitude onde essa costa deveria
aparecer. Assim:
- Coincidência?... mesmo que o Pedro Nunes diga para virar a carta? A capacidade náutica portuguesa tem sido menosprezada. Há coisas que parecem estar mal no mapa... De facto, para ficar mesmo bem teria que se retirar a Península Ibérica, tirar o contorno de Tunis, etc... Mas depois, quem visse os mapas não iria estranhar não estar a Península Ibérica?
Há até bandeiras, que delimitam
bem a zona de validade do contorno, e permitem ainda datação... a bandeira
moura em Espanha permite datar o mapa como anterior a 1492 seguramente, e
até como anterior a 1485, data da
conquista de Marbella que é a datação constante dos Arquivos onde foi
encontrada. De facto, a múltipla informação nos mapas não deve ser encarada
apenas como decorativa, ou fruto de erro, deve ser compreendida. Há um detalhe,
que justifica distorções, que só percebi com Pedro Nunes. As cartas de marear
usavam coordenadas zenitais,
semi-polares e locais... o nome é grande, mas quem for entendido perceberá
um pouco do que quero dizer. É algo que eu nunca tinha visto, e usará conceitos
mais próprios do séc. XIX, quase XX, na questão da utilização de representação
cartográfica seccional. O Tratado de Defensam da Carta de Marear,
serve para esclarece parte desse propósito encoberto!
É claro que Pedro Nunes tenta argumentar no seu Tratado, dizendo que a
representação planar é pior do que esta, mas não será posteriormente
compreendido, os planisférios acabarão por se evidenciar uma verdade mais
simples, sem segredos. As
rosas-do-vento servem de polos, para zénites a descoberto, de onde
saem meridianos locais!;
Há
outros centros que servem de polos, para zénites a encoberto!
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Assim, a informação nos mapas, não
é apenas a que está a descoberto... há tanto, ou muito mais que está encoberto,
e que já na época era tomado por erro, é isso que Pedro Nunes tenta explicar! É por isso que o Mapa de Cantino
(1502) tem deformações e será menos
fiável... tratando-se de uma cópia para Alberto Cantino, um espião a
serviço do duque de Ferrara (... informação
que no entanto ficou como muito útil). Como foi possível a Pedro Nunes passar informação, sob olhares inquisitores minuciosos?
Primeiro,
tem a protecção do esclarecido Infante
Luís, irmão de João III, mas depois Pedro
Nunes tem mesmo que sair da Corte e de Lisboa! Regressa, num pequeno
período áureo, sob protecção do monarca Sebastião... e, já velho, morre naturalmente, logo a seguir à
partida do bravo Sebastião para a batalha de Alcazar na Barbária, em 1578.
Também há mapas na Torre
do Tombo?... Sim, mas mais recentes. Por exemplo, existe a Biblioteca
Nacional Digital, ainda que incompleta, tem já muita coisa! Aí
encontra-se outra pérola, chamada Livro
de Marinharia. É atribuído a João
de Lisboa, a quem são reportadas viagens até 1506, e morte em 1525.
In Alvor Silves, Tese, Mapas. Sem erros, mas
com Segredos, Encoberto, Ou seja “o Encoberto”,
o oposto “ao Descoberto”, wikipédia, 2009.
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