domingo, 18 de março de 2012

Poesia. Mário de Sá Carneiro. Antologia Poética. «... o papel absolutamente ímpar que desempenha na nossa história literária; em meia dúzia de breves anos de escrita, legou-nos um universo cujo poder mágico...»


Cortesia de dquixote

O Fidalgo e o Lavrador

É meia-noute. No baile
folga tudo e tudo dança.
À mesm' hora o lavrador
no seu casebre descansa.

Uma hora. No palácio
agora vai-se almoçar.
Na choupana o lavrador
já terminou de jantar!

Dorme o fidalgo num leito
de penas, sobressaltado.
Em tábuas o lavrador
repousa, mas sossegado"

Poema de Mário de Sá Carneiro, 1903, in 'Poemas Juvenis'

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