terça-feira, 6 de março de 2012

FCG. Exposições. «O Centro de Arte Moderna mostra dois dos expoentes máximos da arte contemporânea brasileira, as artistas Beatriz Milhazes e Rosângela Rennó, com as exposições Quatro Estações e Frutos Estranhos»

Beatriz Milhazes, Gamboa Seasons (detalhe), 2010
Cortesia da fcg

Quatro Estações
Beatriz Milhazes (1960, Rio de Janeiro) inspira-se no ambiente tropical, na história e na cultura do Brasil para criar os motivos básicos das suas pinturas plenas de cor. Flores, arabescos, ornamentos abstratos, formas geométricas e padrões rítmicos cruzam-se nas suas composições, expandindo um espaço plano cuja profundidade surge da colorida dinâmica dos elementos decorativos.

"Beatriz Milhazes" Fondation Beyeler no Riehen / Basel
Cortesia da fcg

Esta exposição é constituída por quatro novas pinturas monumentais representando as quatro estações do ano, acompanhadas por sete impressionantes colagens, uma escultura móvel e uma obra inédita, em vinil, criada especialmente para esta mostra.
É a primeira vez que a artista, que também se dedica à cenografia e conceção de palcos teatrais, fachadas, têxteis e cerâmica, trabalha com pinturas de grandes dimensões. De início, cada um dos quadros era autónomo, mas a artista rapidamente se apercebeu de que existia uma forte ligação entre os quatro, pelo facto de terem sido pintados em paralelo, acabando por formar uma unidade. Mas, enquanto as três primeiras estações se caracterizam por grandes motivos florais e cores exuberantes, Winter (inverno) dá corpo a uma forma abstrata e quase corpórea sobreposta a linhas verticais simétricas. A altura dos quatro quadros é a mesma, mas a largura corresponde proporcionalmente à duração da respetiva estação do ano no Rio de Janeiro.

Beatriz Milhazes, Políptico"Gamboa Seasons: "Summer love"
Cortesia da fcg

A exposição Quatro estações realiza-se em parceria com a Fundação Beyeler de Basileia (Suíça). CAM, Hall, Nave e Sala A. Curadoria: Michiko Kono e Isabel Carlos
Até ao pf dia 20 de Maio de 2012 
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Roângela Rennó. Frutos Estranhos
Esta exposição antológica cobre mais de duas décadas de trabalho da artista. O título, retirado de uma série de obras de 2006, constitui uma boa síntese da relação da artista com a fotografia e com o universo das imagens técnicas.

Lagoa, 2006
Cortesia da fcg

Nascida em Belo Horizonte em 1962, Rosângela não é uma fotógrafa no sentido tradicional do termo, dado que as imagens que compõem a sua obra não resultam de um ato operado inicialmente por si: não foi ela que carregou no botão, que enquadrou, que registou. Rosângela é uma recoletora de imagens de diversas proveniências, desde álbuns de família a fotografias de jornais e de agências de informação, passando por obituários, fotos de identificação e de arquivos cadastrais ou ainda memórias turísticas.


Bananeira [Banana tree], 2006
Cortesia da fcg

Essas imagens – com exceção do seu trabalho em vídeo – são recontextualizadas, reenquadradas, ampliadas, reimpressas. São, de algum modo, frutos de uma árvore-vida que a artista se limita a colher e depois a mostrar, a dispor, por vezes de um modo estranho, que nos leva a vê-los, a esses frutos do olhar e da memória dos outros, com uma nova visão e cosmogonia.
Conceptual e politicamente empenhada, Rennó expõe-nos vítimas de atos de violência e de exclusão social, desde presidiários a simples anónimos, mas denuncia também a fotografia como ato de manipulação.


Cartologia [Cartology], 2000
Cortesia da fcg

A exposição segue para Zurique onde será exibida na Fotomuseum Wintherthur, entidade parceira desta iniciativa.
CAM. Galeria 1 e Sala B, Curadoria: Isabel Carlos.
Até ao pf dia 6 de Maio de 2012


Cortesia da FCGulbenkian/JDACT